Banco Central fará o que for necessário para garantir inflação na meta em 2022

10 de agosto de 2021
Adriano Machado/Reuters

Durante live, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, falou sobre tópicos como inflação e volatilidade cambial

O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Bruno Serra, afirmou hoje (10) que a instituição está engajada para fazer a inflação chegar ao centro da meta em 2022 e 2023 e fará o que for necessário para tanto.

Ao participar de live promovida pelo Goldman Sachs, Serra lembrou que a indicação do BC é de que fará outro ajuste tempestivo nos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro, sendo que no momento este nível de aperto, de elevação de 1 ponto percentual, é visto como “bem adequado”.

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Serra destacou que no ano passado a preocupação do BC era fechar o hiato do produto e com a possibilidade de não entregar a inflação no centro da meta em 2021, mas que a autoridade monetária tem se surpreendido a cada ciclo do Copom com condicionantes de inflação, com o reconhecimento de que aumentos de preços em commodities têm sido mais persistentes do que no passado.

Volatilidade cambial tende a recuar

A volatilidade do câmbio tende a se reduzir no país com o fim do impacto das mudanças nas regras de tributação do overhedge e do movimento de pré-pagamento de dívidas externas por parte das empresas exportadoras, disse o diretor de Política Monetária do Banco Central, reforçando tratar-se de fenômenos temporários.

“Ambos têm data para terminar, a gente pode não saber exatamente a data, mas é um ajuste de balanços que vai sair da frente, aí eu acho que ele vai se adequar, tende a tirar um pouco da pressão da volatilidade do câmbio”, afirmou Serra durante evento do banco Goldman Sachs.

Segundo Serra, por volta de dois terços do impacto de 50 bilhões de dólares com as mudanças ligadas ao overhedge ficaram para trás. Até o último dia deste ano deverá ser ajustada a quantia representada pelo terço restante.

O diretor disse não considerar que as taxas de juros em níveis extraordinariamente baixos tenham sido um fator relevante para a volatilidade, mas ponderou que este também é um componente que tende a sair de cena com o ciclo de aperto monetário que está sendo conduzido pelo BC.

Questionado se o BC poderia adotar o instrumento de opções para intervir no câmbio, Serra disse que em tese esta é uma alternativa à mão para o futuro, mas que não a considera adequada.

“Acho que seria um remédio meio tópico para os problemas. A volatilidade alta tem alguma razão. Eu mencionei algumas, mas pode ser que seja simplesmente a incerteza fiscal”, afirmou Serra, reforçando que é preciso entender as causas do fenômeno. (Com Reuters)

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