Alguma indicação da intensidade desse debate deve surgir hoje (13), quando o Federal Reserve divulga a ata de sua reunião de política monetária de 21 e 22 de setembro. Nesse encontro, as autoridades emitiram seu sinal mais claro até agora de que os dias da política monetária da era de crise estão contados.
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O chair do Fed, Jerome Powell, disse no mês passado que, desde que os dados do mercado de trabalho fossem “decentes”, ele espera que a redução das compras de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas comece no próximo mês e seja concluída em meados do próximo ano.
Depois de um relatório do governo da última sexta-feira mostrar que foram criadas 194 mil empregos nos EUA no mês passado, leitura bem abaixo das expectativas de muitos economistas, o vice-chair do Fed, Richard Clarida, disse ontem (12) que o objetivo de emprego estabelecido pelo Fed para o início do corte de estímulos foi atendido, embora ele não tenha mencionado especificamente novembro para o início da redução das compras de ativos.
Qualquer sugestão na ata ou em qualquer outro lugar de que as autoridades planejam acelerar ou desacelerar a redução de estímulos com base no ritmo da recuperação econômica marcaria um afastamento do padrão previsível que o Fed adotou em 2014, quando reduziu as compras de títulos implementadas para nutrir a economia de volta à saúde após a crise financeira e recessão de 2007 a 2009, e seria uma surpresa para os mercados.