Ibovespa fecha em queda com tom mais duro do Federal Reserve

5 de janeiro de 2022

O Ibovespa fechou hoje (5) em queda de 2,42%, a 101.005 pontos, reagindo à divulgação da ata do Federal Reserve, banco central norte-americano. O documento revelou discussões sobre um aumento nas taxas de juros antes do esperado e uma redução na carteira geral de ativos para conter a alta inflação nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, a Petrobras (PETR3 e PETR4) fez a maior pressão negativa no índice, registrando recuos de 4,10% e 3,87%, apesar da alta do petróleo. Já a Vale (VALE3), que encerrou o dia com avanço de 0,94%, foi uma das poucas altas.

Os destaques positivos da sessão também incluíram os papéis da BRF (BRFS3) e do Banco Pan (BPAN4), que registraram avanços de 1,25% e 0,32%, respectivamente. Por outro lado, o principal destaque negativo foi a Locaweb (LWSA3), que caiu 12,78% diante de uma alta nos rendimentos dos títulos do governo norte-americano e dos juros futuros no Brasil.

Em Wall Street, os índices também encerraram o dia em queda. O Dow Jones caiu 1,07%, a 36.407 pontos; o S&P 500 recuou 1,94%, a 4.700 pontos; e o Nasdaq cedeu 3,34%, a 15.100 pontos.

O mercado digere a ata da última reunião do Federal Reserve, que destacou que a inflação, antes tida como temporária, atingiu níveis mais elevados do que o esperado. O documento mostrou a necessidade de não apenas aumentar os custos dos empréstimos, mas de recorrer a uma segunda alavanca e diminuir a carteira de ativos do banco em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas.

“O mercado reagiu mal à ata. Além de mencionar altas de juros antes do esperado, também falaram sobre reduzir o tamanho do seu balanço. Ou seja, não só o tapering (parar de crescer o balanço de ativos), mas também reduzir o seu tamanho”, comentou Fernando Ferreira, estrategista-chefe na XP.

O dólar fechou em alta de 0,47%, negociado a R$ 5,7161 na venda. O potencial enxugamento de liquidez pelo Fed representa um desafio adicional para o real, que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos fica maior com a alta de juros. (Com Reuters)