A perspectiva de um Fed mais “hawkish” (menos tolerante à inflação) tem sido o principal tema para os mercados neste ano, elevando os rendimentos dos títulos norte-americanos e pressionando as bolsas de valores.
O retorno dos rendimetos (yields) dos títulos públicos americanos (treasuries) de dez anos disparou cerca de 50 pontos-base apenas em 2022, atingindo 2% hoje (10), pico em dois anos e meio.
“Todo mundo sabia que os dados de inflação viriam altos. Isso não é uma surpresa”, disse Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group em Richmond, Virgínia. “Mas a pista que todo mundo está procurando é se os dados são ou não altos o suficiente para induzir o Fed a aumentar as taxas de juros mais rapidamente.”
Contratos futuros de juros mostravam hoje (10) 50% de chance de o banco central elevar a meta de Fed funds (o juro básico nos EUA) em 50 pontos-base, na próxima reunião de política monetária em meados de março. Antes da divulgação dos dados de inflação, a chance era de 30%.
Em vez de arriscar um aumento de 50 pontos-base, o banco central provavelmente vai tentar reduzir seu balanço, disse Brian Jacobsen, estrategista sênior de investimentos da Allspring Global Investments em Menomonee Falls, Wisconsin.
Depois de fraquejarem durante a maior parte de janeiro, as ações vêm mostrando alguma recuperação mais recentemente, embora ainda estejam no vermelho. O índice S&P 500 chegou a acumular baixa em 2022 de 11,4%, antes de reduzir as perdas para 4,1%. O Nasdaq Composite caía 8,3% neste ano, metade do tombo de 16,3% marcado no pior momento.
Investidores estarão ansiosos por mais pistas sobre o ritmo da inflação antes da reunião de março do banco central. Entre os dados aguardados está o próximo relatório mensal de empregos nos EUA.