Por volta de 14h (horário de Brasília), os papéis da companhia de meios de pagamento saltavam 42%, cotadas a US$13,47 dólares (R$ 67,89) nas máximas em mais de um mês.
A Stone teve queda de mais de 90% no lucro ajustado do quarto trimestre sobre um ano antes, a R$33,7 milhões, pior do que a maioria das estimativas de analistas.
Entre os destaques das estimativas divulgadas pela Stone está a expectativa de crescimento de receita em até 119% no primeiro trimestre sobre um ano antes. Já a alta no volume total de pagamentos processados com pequenos e médios negócios e micro comerciantes é estimada em até 83%.
O BTG Pactual mencionou que o resultado foi divulgado próximo ao fim do atual trimestre, o que possibilitou à empresa “anunciar importantes projeções para o período, em que aponta para grande aumento de tarifas (take rate) e elevação de rentabilidade na comparação trimestral”, segundo relatório assinado por analistas, incluindo Eduardo Rosman.
A Stone também afirmou no balanço que espera uma evolução de margens em 2022, após ajuste na política de preços em novembro. Além disso, fez uma mea-culpa ao dizer ter “aprendido com os desafios do ano passado e, claro, corrigido”.
O resultado financeiro da Stone foi considerado abaixo das já baixas expectativas, mas além das perspectivas para 2022, alguns números operacionais animaram.
Um ponto em comum de destaque foi o salto de 87% sobre o desempenho do quarto trimestre de 2020 na receita trimestral, para R$1,87 bilhão, além da alta de 54,5% dos pagamentos processados (sem contabilizar efeitos do auxilio emergencial).
Analistas do Citi elevaram a recomendação da ação de ‘neutra’ para ‘compra’ após o balanço.
Recuperação e desconfiança
Até o fechamento da véspera, os papéis da Stone tinham acumulado queda de 43% neste ano, em meio a uma liquidação das ações de tecnologia nos últimos meses, dada a expectativa de alta de juros nos EUA e fracos resultados corporativos.
A ação de PagSeguro, rival da Stone, avançava 21,7% na sessão. Além da influência dos resultados da rival, o papel beneficiava-se de pregão positivo para o setor.
Apesar das visões mais positivas sobre a Stone, analistas seguem, em geral, cautelosos.
O Bank of America, em relatório de Mario Pierry e equipe, resumiu: “Dados os recentes deslizes, nós achamos que a Stone virou um caso de ‘mostre-me’ (os resultados)”. A casa manteve recomendação ‘neutra’.
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