Com novo suporte de alta de preços de commodities, Ibovespa sobe apesar de queda em NY

21 de março de 2022
Amanda Perobelli/Reuters

Sede da B3

O Ibovespa avançava hoje (21), após três altas seguidas, ajudado por ações de commodities. A manhã era de certa cautela, à medida que os preços do petróleo disparavam após notícia de que a União Europeia considera impor sanções ao petróleo russo, em meio à continuação da guerra na Ucrânia.

Às 11:14, o Ibovespa subia 0,41%, a 115.785,58 pontos. O volume da sessão era de 5,7 bilhões de reais.

A Vale e a Petrobras puxavam a alta do índice, enquanto Suzano e BTG Pactual caíam no lado oposto.

“Eu somente consigo enxergar, até agora, correlação com a recuperação do preço das commodities“, diz Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, sobre o desempenho do Ibovespa na contramão das ações norte-americanas.

As cotações do petróleo avançavam mais de 5% no mercado internacional e os contratos do tipo Brent ultrapassavam 114 dólares o barril, ajudados pelo temor de que governos da União Europeia imponham sanções contra o petróleo russo. Um ataque à estruturas da Arábia Saudita também pesava sobre a oferta da commodity.

Diante desse pano de fundo, os principais índices de ações em Nova York caíam.

O mercado ainda aguardava pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, às 13h (horário de Brasília). O Fed iniciou o ciclo de alta de juros na semana passada e investidores devem buscar pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária.

A direção do Ibovespa deve ser decidida pela reação do mercado ao discurso de Powell, escreveu Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, em comentário a clientes.

No noticiário local, a pesquisa semanal Focus apontou nova elevação na expectativa de economistas para a inflação em 2022, que agora está em 6,59%, enquanto a projeção de Selic passou de 12,75% a 13% no final deste ano.

A divulgação da pesquisa nesta segunda-feira foi atrasada em 1h45 devido à operação padrão implementada por servidores que pedem reajustes salariais, informou o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal).