Ibovespa cai na abertura com pressão de commodities e Covid-19 na China

15 de março de 2022

O Ibovespa opera em queda de 1,19% na abertura do pregão de hoje (15), a 108.660 pontos, às 10h40, horário de Brasília. Os mercados globais reagem negativamente ao aumento de casos de Covid-19 na China, enquanto as quedas nos preços das commodities pressionam o índice local.

A China registrou 3.507 novos casos de Covid-19 nesta terça-feira, um salto em relação aos 1.337 casos registrados ontem (14). Esse é o nível mais alto de infecções em dois anos, e levanta preocupações sobre os custos econômicos das medidas de contenção da doença.

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Os preços do petróleo Brent operam abaixo de US$ 100 o barril pela primeira vez este mês, cedendo mais de 6%, com a perspectiva de uma desaceleração econômica chinesa. Os contratos futuros de minério de ferro também recuam mais de 5%.

Os papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3 e PETR4) registram quedas de 2,87%, 2,12% e 2,17%, respectivamente.

Nesta sessão, investidores também ficam de olho no início das reuniões de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, e do Copom (Comitê de Política Monetária), em que serão decididas as taxas básicas de juros dos Estados Unidos e Brasil.

No Brasil, a estimativa é de que a taxa Selic passe de 10,75% para 11,75% ao ano, como uma forma de controlar a inflação no país.

O dólar opera em alta de 0,47%, sendo negociado a R$ 5,1435 na venda.

Na Ásia, os mercados acionários da China continental e de Hong Kong fecharam em quedas de aproximadamente 5%.

Os índices foram abalados pelo aumento dos casos de Covid-19 e pelo aprofundamento das diferenças entre Pequim e Washington, que levaram investidores globais a abandonar ações chinesas listadas no exterior.

As reuniões diplomáticas de ontem (14) pouco fizeram para diminuir os temores de que o país asiático poderá se tornar alvo de sanções ocidentais caso continue a apoiar a invasão da Rússia na Ucrânia.

Além disso, o Banco Central da China deixou inalterada sua taxa de juros sobre instrumentos de empréstimo de médio prazo, frustrando as expectativas de corte. Por outro lado, investidores ainda acreditam que a autoridade monetária poderá retomar o afrouxamento para impulsionar a economia.

O Hang Seng, de Hong Kong, despencou 5,72%; e o Shangai, na China continental, caiu 4,95%. Já no Japão, o índice Nikkei ganhou 0,15%, enquanto o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 1,26%.

Na Europa, os principais índices operam em baixa. Segundo Pablo Hernández de Cos, membro do BCE (Banco Central Europeu), a invasão da Ucrânia pela Rússia terá consequências bastante negativas para a atividade econômica da zona do euro e também aumentará as pressões inflacionárias.

“Não há dúvidas de que o processo de recuperação gradual no qual as economias europeia e espanhola estiveram imersas nos trimestres recentes será afetado negativamente por essa guerra através de múltiplos canais”, disse De Cos, também presidente do banco central da Espanha

Por volta das 10h40, o Stoxx 600 perdia 0,37%; na Alemanha, o DAX recuava 0,51%; na França, o CAC 40 operava em queda de 0,49%; na Itália, o FTSE MIB cedia 0,09%; enquanto, no Reino Unido, o FTSE 100 caía 0,41%. (Com Reuters)