Juntos, os parceiros devem investir cerca de R$ 678 milhões no projeto nos próximos cinco anos. Os recursos serão aplicados em clínicas oncológicas e centros de tratamento de maior complexidade pelo país, disse o Fleury, explicando que a nova companhia terá associação paritária dos sócios.
“A BP aportará seu conhecimento em Oncologia e Hematologia, tanto no contexto brasileiro e internacional, com seu padrão de cuidado e
tratamento referência no setor. Essa iniciativa ratifica a estratégia da instituição de expandir os negócios e ter presença geográfica em âmbito nacional”, comenta Denise Soares dos Santos, CEO da BP.
O Bradesco é controlador também Bradesco Diagnósticos, que por sua vez detém cerca de 30% da Fleury.
O anúncio ilustra como empresas de saúde no Brasil estão se movimentando para diversificar receitas, explorando mercados especializados de alto crescimento e maiores margens, ao mesmo tempo em que um processo de consolidação no setor avança rapidamente.
Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou em fevereiro a incorporação obrigatória de novos tratamentos por planos e seguros de saúde, incluindo para combate ao câncer.
Movimento do mercado
A Elfa, que distribui medicamentos, produtos ortopédicos e hospitalares de alta complexidade, como para tratar pacientes com câncer, entrou nos últimos anos num ritmo de crescimento via aquisições desde a entrada do Patria, que detém cerca de 85% do capital. Nos últimos anos, foram 19 aquisições.
No caso do Fleury, a transação vem após a companhia ter sido cobrada a fazer movimentos mais ousados de expansão não orgânica para fora de seu mercado principal de diagnósticos médicos para melhor medir forças com grandes grupos verticalizados de medicina, que se formaram no país nos últimos anos por meio de aquisições, como Hapvida e Rede D’Or.
Para a presidente do Grupo Fleury, Jeane Mike Tsutsui, o modelo de negócio voltado à oncologia é inovador ao proporcionar “medicina preventiva, diagnóstico precoce, avaliação por profissionais especializados, tratamento ambulatorial e hospitalar adequados, buscando o melhor desfecho ao paciente com câncer”.
A nova companhia de Fleury, Atlântica e BP se baseia em um modelo de operação “focado na jornada completa e com ênfase no diagnóstico precoce, emprego de tecnologia e acolhimento do paciente, oferecendo uma forma de pagamento baseado no desfecho e na gestão das vidas em carteira”, afirmaram as empresas.
A conclusão da transação precisa de aprovação do Cade e do Banco Central.
(com Reuters)