O principal índice de ações dos EUA, o S&P 500, teve um verdadeiro dia de “bear market” na última sexta-feira (20) – a ponto de perder 20% de valor frente ao pico registrado em janeiro – e continua próximo desse território. Além disso, a inflação e o aumento das taxas de juros têm alimentado temores de recessão do país.
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“Não há dois ‘bear markets’ exatamente iguais”, afirma a gestora de investimentos de Nova York Bespoke Investment Group, que ressalta que 8 dos 14 “bear markets” ocorridos desde a Segunda Guerra Mundial antecederam recessões, enquanto os outros seis, não.
Quando o S&P 500 supera os 20% de queda, as ações normalmente perdem mais 12% de valor, e o índice leva em média 95 dias para atingir o fim de um “bear market”, de acordo com dados da Bespoke.
Em mais da metade dos 14 “bear markets” desde 1945, o S&P 500 atingiu sua maior queda dois meses depois de ultrapassar o limite dos 20% de perdas – e os retornos futuros foram amplamente positivos, aponta a Bespoke, com o índice de ações subindo uma média de 7% em seis meses e 18%, em 12 meses.
Há décadas que o mercado dos EUA não passa por uma sequência de perdas tão longa. O índice Dow Jones recentemente registrou sua oitava semana de queda — é o maior período de recuo desde a Grande Depressão, em 1932, enquanto o S&P 500 e o índice de tecnologia Nasdaq caem há sete semanas, a maior perda até a quebra das ponto-com de 2001.
As últimas quatro vezes em que o Nasdaq registrou uma sequência de quedas semanais de 1% ou mais foi em 1973, 1980, 1990 e 2001, segundo os dados da Bespoke. Cada uma dessas vezes, os recuos aconteceram “pouco antes ou muito próximo de uma recessão”.
Para ficar de olho
O S&P 500 viveu uma sequência de sete semanas de queda em três ocasiões — em 1970, 1980 e 2001, de acordo com Mark Hackett, chefe da gestora de investimentos Nationwide. “Infelizmente, o índice ficou negativo pelos 12 meses seguintes em cada uma das vezes”, diz Hackett. Segundo as principais firmas de Wall Street, o S&P poderá afundar entre 11% e 24% se a economia norte-americana entrar em recessão no futuro próximo.
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