Por Andrea Shalal
MADRI (Reuters) – A economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, disse estar cética quanto de que as economias global e dos Estados Unidos possam evitar uma recessão, dado o aumento da inflação, a alta acentuada das taxas de juros e a desaceleração do crescimento na China.
“O que preocupa a todos é que todos os riscos estão empilhados no lado negativo”, disse Reinhart à Reuters em uma entrevista remota, citando uma série de choques adversos e movimentos do Federal Reserve para aumentar os juros após uma década e meia de taxas ultrabaixas e negativas.
A crise financeira global de 2008-2009 afetou principalmente uma dúzia de economias avançadas e a China naquela época era um grande motor de crescimento, mas esta crise é muito mais ampla e o crescimento da China não está mais nos dois dígitos, disse ela.
O Banco Mundial reduziu este mês sua previsão de crescimento global em quase um terço, a 2,9% para 2022, alertando que a guerra da Rússia na Ucrânia somou-se aos danos causados pela pandemia da Covid-19, e muitos países agora enfrentam a recessão.
Questionada se uma recessão poderia ser evitada nos Estados Unidos ou globalmente, Reinhart disse: “Estou bastante cética. Em meados dos anos 1990, com o chairman (do Fed Alan) Greenspan, tivemos um pouso suave, mas a preocupação com a inflação na época estava em torno de 3%, não em torno de 8,5%. Não é que se possa apontar muitos episódios de aperto significativo do Fed que não tiveram um custo para a economia.”
(Reportagem de Andrea Shalal)