Depois de encostar em uma mínima de 96,5 mil pontos, o Ibovespa reverteu parte das perdas do dia e conseguiu fechar com queda 0,32%, a 98.295 pontos. A Bolsa brasileira acompanhou o ritmo das bolsas de Wall Street em mais um dia de temores com a recessão no país norte-americano e na Europa.
O destaque ficou para a cotação do petróleo, que caiu quase 10%. Os preços da commodity recuaram cerca de US$ 10,00 hoje (5) com as preocupações do mercado com uma possível recessão global.
A desaceleração econômica resultaria na redução da demanda – que atualmente está maior do que a oferta, devido às sanções ao petróleo russo e um corte inesperado na produção da Noruega.
“O mercado está ficando apertado, mas ainda estamos sendo derrotados, e a única maneira de explicar isso é o medo da recessão em todos os ativos de risco”, disse Robert Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho, à Reuters.
No final da sessão, o petróleo Brent caiu 9,45%, a US$ 102,77 o barril, enquanto a cotação do barril WTI recuou 8,23%, a US$ 99,5. Outras commodities agrícolas como milho, trigo, soja, algodão, café e açúcar também registram perdas.
Em seguida vieram PetroRio (PRIO3), com queda de 7,11%, a R$ 21,17, e Petrobras, com recuos de 4,27% nas ações PETR3 e 3,81% nas ações PETR4, negociadas a R$ 30,49 e R$ 28,03, respectivamente.
Já na ponta de ganhos, o dia foi de reajuste no preço das ações das principais varejistas do Ibovespa, que são as empresas mais penalizadas no atual cenário de alta dos juros e da inflação.
Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3), Americanas (AMER3) e Petz (PETZ3) registraram os maiores ganhos, de 11,74%, 11,48%, 9,73% e 8,65%, respectivamente.
Investidores também acompanham o encaminhamento da PEC dos Auxílios na Câmara dos Deputados. Depois de o relator da proposta, deputado Danilo Forte (União-CE), sugerir ontem (4) que gostaria de incluir um auxílio-uber de R$ 1 mil ao texto, hoje o parlamentar voltou atrás e disse que seguirá com o relatório aprovado pelos senadores.
A precificação do risco fiscal da PEC tem sido sentida nas negociações de juros futuros nos últimos dias. As taxas que chegaram a subir mais de 0,20 p.p. com a possibilidade de mais gastos públicos devolveram os ganhos depois do relator voltar atrás. Ao final da sessão, os títulos de dez anos caíram de 2,8922% para 2,8254%, em 0,067 p.p..
Em Nova York, as bolsas de Wall Street fecharam com tendência variada na volta do feriado. O Dow Jones caiu 0,42%, o S&P fechou em alta de 0,16% e o Nasdaq registrou fortes ganhos, de +1,75%.
Os cenários de risco global e interno têm colocado a variação do dólar comercial lá para cima. Hoje, a moeda subiu 1,19%, sendo negociada a R$ 5,3893 na venda – maior valor desde janeiro.
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