Os fatores que pesam sobre os lucros incluem desaceleração do crescimento econômico dos Estados Unidos, aumento dos custos de mão de obra e insumos, a guerra na Ucrânia, a política de Covid zero na China, os gargalos na cadeia de suprimentos e o aumento do dólar.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Dezessete empresas do S&P 500 devem divulgar seus balanços esta semana, mas o foco principal será para os bancos. Há um punhado de empresas de outros setores, como Pepsi (PEP), Delta Air Lines (DAL), Fastenal (FAST), BlackRock (BLK) e UnitedHealth (UNH), que também irão divulgar os seus números.
Entre os bancos, estão JPMorgan Chase (JPM), Morgan Stanley (MS), PNC (PNC), Bank of New York Mellon (BK), U.S. Bancorp (USB), Citigroup (C), State Street (STT) e Wells Fargo (WFC). Esses resultados darão uma boa ideia do ambiente operacional e financeiro do país.
De acordo com o FactSet, o setor financeiro deve apresentar as piores taxas de crescimentos dos lucros, com estimativas mostrando um declínio de 23,1% nos resultados do segundo trimestre.
Em contraste com o segundo trimestre de 2021, os bancos provavelmente aumentarão as reservas para perdas com empréstimos, já levando em consideração as perdas de crédito futuras que acompanhariam uma possível recessão. Essas provisões fazem com que a queda nos lucros seja ainda pior.
Outros aspectos negativos devem incluir receitas de investimentos mais baixas, uma redução dos empréstimos hipotecários, custos mais altos e taxas de administração de patrimônio mais baixas. Os balanços devem trazer também melhores receitas líquidas decorrentes de juros, margens líquidas de juros (NIM) e crescimento de empréstimos.
Em resumo, os principais negócios de empréstimos dos bancos devem ser significativamente mais saudáveis do que os principais lucros podem sugerir.
Vale notar que, para compensar as despesas maiores com folha de pagamento, as empresas recontrataram apenas 98% dos empregos perdidos durante a pandemia de Covid-19, enquanto a atividade econômica está bem acima dos níveis pré-Covid.
O aumento dos custos de insumos também afetará negativamente a lucratividade da maioria das empresas. Por exemplo, o avanço de mais de 60% no preço médio do petróleo no trimestre (na comparação com o mesmo período de 2021) impacta negativamente os custos de empresas não energéticas.
Por outro lado, as companhias do setor de energia devem se beneficiar do aumento dos preços da energia, com ganhos previstos para subir 220% ano a ano. Registros regulatórios mostraram que a Berkshire Hathway continuou a comprar ações da Occidental Petroleum (OXY) na semana passada e agora detém quase 19% da empresa.
Embora os custos de envios internacionais tenham caído, os preços de transporte e frete marítimo permanecem altos, com combustível e salários continuando a pressionar esses negócios.
Além disso, interrupções na cadeia de suprimentos e uma mudança repentina na demanda do consumidor por determinados bens fizeram com que alguns varejistas tivessem estoques em excesso. Essa mudança provavelmente contribuirá para o declínio esperado de 10% nos lucros ano a ano das empresas de consumo discricionário.
Além dos ganhos, a inflação ao consumidor de junho (CPI) dos Estados Unidos provavelmente não aliviará as preocupações com os aumentos de custos. O resultado deve subir para 8,8% no acumulado de 12 meses, o nível mais elevado dos últimos 40 anos. Os preços subindo mais rápido do que os salários é uma receita para o declínio da demanda pós-inflação, o que aumenta a pressão sobre o crescimento econômico.
Uma inflação elevada combinada com um mercado de trabalho robusto, evidenciado por uma taxa de desemprego a 3,6%, faria um aumento de 75 pontos base (0,75%) do Federal Reserve em julho praticamente certo. Os dados de vendas no varejo de junho, que serão divulgados na sexta-feira (15), devem fornecer mais informações sobre o consumidor, a economia e os ganhos esperados no varejo dos EUA.