A maioria dos países no topo de uma nova lista dos mais ricos do mundo não estão entre os maiores ou mais poderosos. Muitos, de fato, estão entre os menores: considere Luxemburgo, que lidera a lista publicada pela Global Finance. Cingapura, Irlanda, Catar, Macau e Suíça seguem o único grão-ducado do mundo. O Brasil está no 92º lugar da lista.
Os indicadores de riqueza de uma nação podem variar de um ranking para outro – daí as diferenças entre eles -, mas geralmente incluem o Produto Interno Bruto (bens e serviços produzidos por um país durante um ano), o PIB per capita (a quantidade média de dinheiro que cada pessoa do país ganha em um ano) ou a renda nacional bruta (RNB).
Examinar o PIB per capita de cada país ao redor do globo é um parâmetro frequente, pois permite classificá-los com base na riqueza e depois compará-los entre si.
Existem indicadores justos?
“Lembre-se, no entanto, que o PIB per capita não corresponde necessariamente ao salário médio que uma pessoa que vive em um determinado país ganha”, explica a World Population Review. “Por exemplo, o PIB per capita dos Estados Unidos em 2019 foi de US$ 65.279,50, mas seu salário médio anual foi de US$ 51.916,27 e o salário mediano foi de US$ 34.248,45.”
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Em sua análise dos países mais ricos do mundo classificados pelo PIB, a organização observa que “mesmo os países mais ricos têm alguns cidadãos vivendo na pobreza, e mesmo os mais pobres abrigam vários residentes extremamente ricos – mas é um indicador justo de saúde financeira geral de um país”.
Conforme explicado pela Global Finance, quando um ranking é baseado principalmente no PIB, as nações mais ricas estão entre as maiores economias do mundo. Por exemplo, os 10 países mais ricos do mundo com base nos dados do Fundo Monetário Internacional são: Estados Unidos (US$ 18,6 trilhões), China (US$ 11,2 trilhões), Japão (US$ 4,9 trilhões), Alemanha (US$ 3,4 trilhões), Reino Unido (US$ 2,6 trilhões), França (US$ 2,5 trilhões), Índia (US$ 2,2 trilhões), Itália (US$ 1,8 trilhão), Brasil (US$ 1,8 trilhão) e Canadá (US$ 1,5 trilhão).
Paraísos fiscais e outras peculiaridades
Então como as economias de países tão pequenos como Luxemburgo podem se equiparar às de potências como as da lista acima?
Existe o fato de que “os valores do PIB às vezes podem ser distorcidos por práticas comerciais internacionais”, explica a análise da World Population. “Por exemplo, alguns países (como Irlanda e Suíça) são considerados “paraísos fiscais” graças às regras do governo que favorecem as empresas estrangeiras.
“Para esses países, uma quantidade significativa do que é registrado como PIB pode, na verdade, ser dinheiro que as empresas internacionais estão canalizando para esse país, em oposição à renda que realmente fica lá.”
Os Estados Unidos são considerados um paraíso fiscal por muitos grupos de vigilância financeira.
Luxemburgo, que também é frequentemente rotulado como paraíso fiscal, tem outra particularidade: tem uma alta proporção de trabalhadores transfronteiriços – quase 212 mil no segundo trimestre de 2021. “Embora contribuam para a riqueza do país, eles não são incluídos quando o PIB é dividido por habitantes, levando a um número artificialmente alto”, escreve a emissora local RTL.
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Na tentativa de compensar o efeito desses paraísos fiscais nos PIBs nacionais, muitos economistas acompanham a Renda Nacional Bruta (RNB) de cada país.
Além disso, existem índices de bem-estar destinados a medir diferentes aspectos da vida e utilizados para complementar os indicadores mais tradicionais.
Finanças sofisticadas, impostos, recursos naturais
Entre os principais fatores que levam à riqueza em vários países pequenos, incluindo Luxemburgo, Suíça e Cingapura, estão setores financeiros sofisticados e regimes tributários estruturados para atrair investimentos estrangeiros e talentos profissionais.
Outros no top 10 da lista, como Catar, Brunei e Emirados Árabes Unidos, possuem grandes reservas de hidrocarbonetos e outros recursos naturais lucrativos. Macau, o paraíso dos jogos de azar da Ásia com seus negócios de cassino, atrai hordas de turistas ricos.
O “efeito pandêmico”
De qualquer forma, para 2022 todos os índices tiveram que ser ajustados devido aos efeitos da pandemia da Covid-19, que obrigou muitos negócios a fecharem ou reduzirem suas atividades e expandiu exponencialmente as possibilidades de trabalho remoto, entre outras mudanças.
O Grão-Ducado do Luxemburgo resistiu à pandemia muito melhor do que seus vizinhos europeus. Em 2014, “o país superou a marca de US$ 100 mil em PIB per capita”, observa a Global Finance. “Luxemburgo usa uma grande parte de sua riqueza para oferecer melhores moradias, saúde e educação ao seu povo, que de longe desfruta do mais alto padrão de vida da zona do euro.”
Luxemburgo é um pequeno país sem litoral localizado na Europa Ocidental e faz fronteira com a Bélgica, França e Alemanha. Com uma população de 642.371 habitantes, é o único Grão-Ducado do mundo.
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Seu PIB per capita de US$ 140.694 o torna o mais rico do mundo. A taxa de desemprego é de pouco mais de 5% e a expectativa média de vida é de 82 anos. Saúde, educação e transporte público são gratuitos para todos os cidadãos.
O governo de Luxemburgo é estável e eficiente, e o país desfruta de estabilidade política e econômica e de um alto padrão de vida. A nação ainda hospeda grandes multinacionais, incluindo Skype e Amazon.
Juntamente com Luxemburgo, 10 países europeus figuram entre os 20 mais ricos, considerando o PIB per capita. São eles:
- Luxemburgo: US$ 140.694
- Cingapura: US$ 131.580
- Irlanda: US$ 124.596
- Catar: US$ 112.789
- Macau: US$ 85.611
- Suíça: US$ 84.658
- Emirados Árabes Unidos: US$ 78.255
- Noruega: US$ 77.808
- Estados Unidos: US$ 76.027
- Brunei: US$ 74.953
- Hong Kong: US$ 70.448
- San Marino: US$ 70.139
- Dinamarca: US$ 69.273
- Taiwan: US$ 68.730
- Holanda: US$ 68.572
- Áustria: US$ 64.571
- Islândia: US$ 64.621
- Andorra: US$ 63.600
- Alemanha: US$ 63.271
- Suécia: US$ 62.926
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- Brasil US$ 17.208
Ainda não se sabe se essas listas resistem à atual turbulência global. A atualização mais recente do World Economic Outlook de julho de 2022, do Fundo Monetário Internacional, oferece uma visão “sombria e mais incerta” da situação econômica mundial:
“Uma tentativa de recuperação em 2021 foi seguida por desenvolvimentos cada vez mais sombrios em 2022, à medida que os riscos começaram a se materializar.
A produção global contraiu no segundo trimestre do ano, devido às desacelerações na China e na Rússia, enquanto os gastos do consumidor nos EUA ficaram abaixo das expectativas. Vários choques atingiram uma economia mundial já enfraquecida pela pandemia: inflação acima do esperado em todo o mundo – especialmente nos Estados Unidos e nas principais economias europeias – desencadeando condições financeiras mais apertadas; uma desaceleração pior do que o previsto na China, refletindo surtos e bloqueios de Covid-19; e outras repercussões negativas da guerra na Ucrânia.”