A preferência do país é pelos cachorros: 58% das casas têm cães, 28% têm gatos, 7% têm peixes e 11% têm aves, de acordo com a consultoria alemã GFK, que levantou dados de 22 países para descobrir a distribuição dos animais em cada local. A média mundial indica que 33% dos lares têm cães, 23% têm gatos, 12% têm peixes e 6% têm aves.
Nelo Marraccini, presidente do conselho do IPB, acredita que o Brasil é um dos mercados mais vibrantes e resilientes do mundo quando se trata de bichos de estimação. “Os brasileiros têm uma relação muito próxima com seus pets e não deixam de cuidar deles, mesmo com as dificuldades impostas pela crise”, diz o executivo.
Em 2021, o faturamento do mercado de animais de estimação brasileiro cresceu 27% na comparação anual, para R$ 51,7 bilhões. Com base no desempenho do primeiro semestre deste ano, o IPB estima que em 2022 o crescimento do setor será de 14,7%, para R$ 59,2 bilhões.
Crescimento na pandemia
Desde 2019, ano anterior à pandemia, o faturamento do mercado de pets cresceu 46,45%. Isso porque, 30% dos cães, gatos e outros bichos de estimação do Brasil foram adotados durante o período pandêmico, segundo o Radar Pet 2021 do Sindan (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal).
Cerca de 23% desses bichinhos recém-adotados foram os primeiros de seus donos – um fenômeno que não ocorreu só no Brasil. Pesquisas internacionais mostram que em diversos países a população buscou um animal de estimação para diminuir a sensação de isolamento e solidão em casa.
“O mercado pet foi um dos segmentos que apresentou forte crescimento durante o isolamento social, quando muitas pessoas adotaram animais de estimação para enfrentar a solidão. A tendência é que o brasileiro continue consumindo bastante esses produtos e serviços, mantendo o segmento aquecido”, diz Carlos Melles, presidente do Sebrae.
Pet shops pequenos e médios foram responsáveis por 48% de toda a movimentação financeira do mercado de animais de estimação em 2021, um faturamento total de R$ 24,8 bilhões. Em seguida, vêm as clínicas e hospitais veterinários (18%), agrolojas (9,8%), varejo alimentar (8,6%), pet shops de grande porte (8%) e comércio eletrônico (5,4%).
Segundo o IPB, o setor de pets gerou 2,83 milhões de empregos durante o ano de 2021, um aumento de 6,2% sobre o ano anterior. O número total de empresas ultrapassou 285 mil.
Os produtos para animais de estimação também se tornam relevantes na área de exportação. De 2020 para 2021, as vendas ao exterior cresceram 33%, impulsionadas principalmente pelo pet food (95%). Ao todo foram exportados US$ 412,5 milhões.
Marraccini diz acreditar na expansão e no desenvolvimento do segmento de pets no país. “Acreditamos em um setor profissionalizado, que fortaleça a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos”, escreve o executivo.
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