O Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) decidiu elevar a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 4,75% e 5%. O aumento veio de acordo com o que era esperado pelo mercado, e indica uma mudança na avaliação do Fed sobre a economia.
Segundo Lucas Schwarz, analista da VG Research, foi a primeira vez desde março de 2022, quando começou o ciclo de alta, o Fed não mencionou que “novos aumentos serão apropriados”, provavelmente como reflexo da quebra do Silicon Valley Bank (SVB), do Signature Bank e do Silvergate, e os temores com uma possível quebra do First Republic Bank. O banco central americano mencionou que “algumas políticas adicionais” podem ser necessárias, não descartando um novo aumento, mas já sinalizando um aperto monetário mais brando.
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Até poucas semanas atrás, o consenso do mercado era que a alta seria de 0,5 ponto percentual, para conter a inflação americana que segue elevada. No entanto, após problemas no setor bancário, com a crise do Silicon Valley Bank (SVB) aumentando as discussões sobre o aperto monetário agressivo nos Estados Unidos, analistas reduziram a alta esperada. A possibilidade de uma manutenção dos juros também chegou a ser discutida pelos investidores, mas a hipótese foi descartada, pois indicaria que o Fed estaria abalado com a turbulência bancária.
Segundo Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos, quando perguntado sobre a influência direta que a crise dos bancos teria sobre a avaliação do comitê, Powell respondeu que o efeito de restrição de crédito vivido na economia americana poderá fazer parte do trabalho de restrição monetária e combate a inflação que estava no curso da autoridade.
Para além da reunião de 3 de maio, Powell buscou reafirmar o compromisso com o controle da infçação. Porém, avalia Sanchez, “o ambiente, como a própria autoridade pontuou, é altamente incerto e nós não desprezamos a possibilidade que o ciclo de cortes seja iniciado ainda no quarto trimestre deste ano”. Esse, porém, não é o cenário base da Ativa, que prevê nova alta de 0,25 ponto percentual na reunião de maio e inicio do afrouxamento monetário apenas a partir de 2024.