Ibovespa hesita na abertura com exterior misto e resultados em foco

27 de março de 2024

O Ibovespa opera em queda de 0,17% na abertura do pregão desta quarta-feira (27), a 126.641 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. À medida que a semana encurtada pelo feriado se aproxima do fim, o mercado local perde liquidez e as atenções se voltam para os indicadores americanos, que trarão novas pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação à taxa de juros.

O dólar avançava 0,06% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9855.

No Brasil, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) recuou 0,47% em março, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV), desacelerando ligeiramente a deflação após recuo de 0,52% em fevereiro.

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A queda, no entanto, foi mais intensa do que a prevista em pesquisa da Reuters com economistas, que apontava baixa de apenas 0,22% do índice neste mês. Com esse resultado, o IGP-M acumula agora queda de 4,26% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,77% neste mês, desacelerando ante a baixa de 0,90% vista em fevereiro.

A confiança do setor de serviços brasileiro se recuperou em março e atingiu o maior patamar em quase um ano e meio, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV), citando ambiente de otimismo em relação ao futuro.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da FGV avançou 1,6 ponto neste mês, a 95,8 pontos, revertendo as perdas de fevereiro e atingindo o maior nível desde outubro de 2022 (97,6).

Em março, o Índice de Expectativas (IE-S), que mede o sentimento em relação aos próximos meses, avançou 3,9 pontos, para 96,0 pontos, maior nível também desde outubro de 2022.

“Os resultados positivos em relação ao futuro demonstram otimismo, na maior parte dos segmentos, em relação à demanda e ao ambiente de negócios para os próximos trimestres”, disse Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre.

O Banco Central informou nesta quarta-feira que alterou a regulamentação das Linhas Financeiras de Liquidez (LFL) para incluir as Cédulas de Crédito Bancário (CCB) no rol de ativos elegíveis como garantia e estabelecer limite operacional permanente para a Linha de Liquidez a Termo (LLT).

De acordo com comunicado, trata-se de ação estruturante com o objetivo de aumentar a eficiência do mercado em uma nova etapa no aperfeiçoamento da função clássica de emprestador em última instância do BC.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, na sexta-feira (29), quando os mercados brasileiros devem suspender suas atividades, será divulgada a inflação americana de fevereiro medida pelo Personal Consumption Expenditure (PCE). A projeção para o acumulado de 12 meses é de 2,4%, semelhante à oscilação de janeiro. No caso do núcleo do índice, que exclui itens de preços mais voláteis, como alimentos e energia, a projeção é de 2,8%.

O PCE de fevereiro é um dos índices mais importantes para definir a trajetória dos juros nos EUA. O Federal Reserve (FED), o banco central americano, vem afirmando que as decisões sobfe o início do corte de taxas serão dependentes de dados, especialmente os indicadores de emprego e preços.

Na Ásia, as ações chinesas caíram para o nível mais baixo em um mês nesta quarta-feira, com o índice de referência de Xangai indo abaixo da marca psicologicamente importante de 3.000 pontos, já que o iuan se enfraqueceu e as fortes vendas de investidores estrangeiros pesaram sobre o mercado.

Investidores estrangeiros venderam 7,2 bilhões de iuanes (US$ 996,00 milhões) em ações chinesas via Stock Connect durante o dia, registrando a maior saída diária desde meados de janeiro.

Os mercados asiáticos em geral ficaram sem direção, já que os investidores aguardam a divulgação na sexta-feira de dados de inflação dos Estados Unidos.

As três principais autoridades monetárias do Japão realizaram uma reunião de emergência nesta quarta-feira para discutir o enfraquecimento do iene e sugeriram que estão prontas para intervir no mercado buscando impedir o que descreveram como movimentos desordenados e especulativos na moeda.

Em um sinal de urgência crescente para colocar um piso sob o iene depois que a moeda caiu para o nível mais baixo em 34 anos em relação ao dólar, o Banco do Japão, o Ministério das Finanças e a Agência de Serviços Financeiros do Japão realizaram uma reunião em Tóquio.

O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,36%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,73%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 1,26%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,90%.

Na Europa, os principais institutos econômicos alemães disseram nesta quarta-feira que esperam que a economia do país cresça 0,1% em 2024, reduzindo sua previsão anterior de 1,3%, uma vez que as taxas de juros altas, a demanda global fraca e a incerteza política diminuíram as expectativas de uma recuperação mais forte.

Os institutos agora preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentará 1,4% em 2025, de 1,5% anteriormente.

“Embora seja provável que uma recuperação se inicie a partir da primavera (no hemisfério norte), o impulso geral não será muito forte”, disse Stefan Kooths, chefe de pesquisa econômica do Kiel Institute for the World Economy (IfW).

O Banco Central Europeu está cada vez mais confiante de que a inflação voltará à sua meta de 2% em meados de 2025 com a moderação do crescimento dos salários, fortalecendo o argumento a favor de taxas de juros mais baixas, disse o membro do Conselho do BCE Piero Cipollone nesta quarta-feira.

O BCE sinalizou um possível corte de juros em junho dependendo de mais boas notícias sobre os salários, e os comentários de Cipollone, em seu primeiro discurso importante sobre desde que entrou para o Conselho, sugerem que o processo está indo na direção certa.

O Stoxx 600 ganhava 0,09%; na Alemanha, o DAX avançava 0,58%; o CAC 40 em alta de 0,41% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,20%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,40% no Reino Unido.

(Com Reuters)