Forbes reúne especialistas para discutir papel da mulher no cenário das startups

26 de dezembro de 2019
GettyImages/ nd3000

Uma equipe com conhecimentos complementares e desejos semelhantes é fundamental para o sucesso da startup

Itali Collini, Gabryella Corrêa e Renato Fonseca se reuniram para responder perguntas e discutir sobre o empreendedorismo e o papel das mulheres no mundo das startups. O debate foi mediado por Fabiana Scaranzi no palco FORBES Mulher, durante a São Paulo Tech Week.

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Gabryella Corrêa, fundadora e CEO do aplicativo de transporte Lady Driver, abriu a conversa com uma experiência pessoal. Ela contou que a maioria dos investidores com os quais teve contato eram do sexo masculino. Por esse motivo, sempre encontrou dificuldades em fazê-los entender a necessidade de um serviço exclusivo para mulheres, como é a plataforma que dirige. “Muitos homens têm dificuldade de ter empatia pelas mulheres”.

Itali Collini, diretora da 500 Startups, trouxe dados estatísticos para a discussão: a taxa de startups unicórnios (que valem mais de US$ 1 bilhão) com participação feminina na fundação é de 40%, enquanto a taxa de participação feminina nas startups em geral é de apenas 26%. Segundo ela, “esse pode ser um indicador de que ter diversidade de gênero na direção de uma startup pode ser um dos fatores que aumenta as chances de sucesso”.

Já Renato Fonseca, assessor da presidência do Sebrae SP, falou sobre como o momento histórico se reflete nas empresas e que os empoderamento das mulheres acaba resultando em uma maior participação feminina no mundo empreendedor e empresarial. Na visão dele, a diversidade gera experiências e competências diferentes que agregam de maneira positiva para um negócio.

Questionada sobre o melhor momento para buscar investimentos para um negócio, Itali explicou que “é importante para o empreendedor entender os diferentes veículos de investimento e como eles se propõe a investir”. “Se sua empresa quer ter um crescimento exponencial, como uma startup, faz sentido buscar um investidor anjo ou de venture capital”, disse.

Além disso, ela alertou para a importância de ter um plano para o dinheiro que pode entrar por meio de investimentos e mostrar para os potenciais investidores. Um ótimo meio de mostrar que sua empresa tem potencial é deixar claro o quanto ela já cresceu sem nenhum investimento externo. “Isso prova que os fundadores têm um boa execução e que estão atentos a oportunidades”, pontuou.

Outra forma de aumentar o crescimento é por meio de parcerias com empresas maiores e já consolidadas no mercado, segundo Gabryella. Para ela, o contato com essa empresa pode gerar diversos benefícios. “Daquela parceria, pode surgir um investimento ou até uma compra. Relacionamentos sempre são bons, até mesmo pela troca de informação e experiências.”

Gabryella também lembrou de outra opção que, em sua visão, pode ser interessante para alguns fundadores: o equity crowdfunding. Por esse modelo, qualquer pessoa pode investir na sua startup de uma maneira mais simples e rápida, sem fazer tantas perguntas e pedir tantos dados como um investidor anjo faria, por exemplo.

Questionado sobre como encontrar uma boa equipe para começar uma startup, Fonseca declarou: “essa é a alma do negócio”. Ele lembrou da importância de ter todas as competências essenciais para o andamento da empresa nos fundadores, além da convergência dos valores pessoais entre os membros.

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Gabryella alertou para a importância de escolher bem quem serão os investidores e quanto da empresa se deve abrir mão nas primeiras etapas do negócio. “Explique para seu investidor a necessidade de não dar equities muito grandes, já que os fundos de investimento exigem que o fundador tenha uma boa parte da empresa para que se sintam seguros em investir.”

Perguntados sobre como proteger a ideia de uma startup antes de ela ser oficialmente lançada, os convidados contaram sobre suas experiências. Para Fonseca, não faz sentido esconder uma ideia, já que ela vai precisar ser testada e ajustada por outras pessoas de fora da empresa, como mentores e incubadoras.

Segundo Gabryella, “é muito difícil alguém conseguir copiar a sua ideia do seu jeito”. A fundadora do Lady Driver revelou que sua ideia foi reproduzida por outra pessoa no começo da empresa, mas não gerou os mesmos frutos. “Você pode conversar com as pessoas, mas nunca revele a alma do seu negócio, o segredo”, ressaltou.

O especialista do Sebrae elogiou a velocidade mostrada pelos empresários brasileiros na adaptação ao mundo da tecnologia em empresas. “Mas existem algumas questões comportamentais que só o tempo pode fazer evoluir. Investimento, por exemplo, é um assunto que muitos brasileiros ainda não têm tanta intimidade.”

Ao final da conversa, ele aconselhou os novos empreendedores. “Busque recursos, utilize empreendedores para te orientar, não desista. Acredite que a sua visão do mundo é a que possibilita a transformação de visões em realidade”,afirmou

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Gabryella finalizou mandando um recado para as mulheres empreendedoras. “Se eu consegui, você também pode. Busque pessoas e instituições que possam te ajudar, tenho certeza que você chega lá. O futuro e o mundo são das mulheres.”

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