Porém, a prática deste conceito tem trazido três princípios fundamentais à tona.
Primeiro, a decisão das mulheres abandonarem o comportamento nocivo e até ancestral de desqualificar outra mulher, propagando de forma repetitiva falsas verdades sobre o gênero feminino.
Eu gosto de dizer que essas frases hoje são cafonas, estão fora de contexto, são desprovidas de refinamento e sustentam um olhar quase provinciano.
Não, não somos mais assim. Despertamos do transe e percebemos que somos uma só, somos mais fortes porque temos umas as outras.
O segundo princípio fundamental é que estamos assumindo um feminino mais consciente da nossa profunda conexão instintiva. Passamos a legitimar a multiplicidade das mulheres e nos vermos representadas em cada uma.
O terceiro ponto que ainda é fruto de longos debates é a mulher deixar de se identificar como machista. Deixar de lado um modelo estrutural arcaico que nos trouxe tantas feridas, que nos fez sangrar e que gera a morte de tantas mulheres todos os dias.
A sororidade está em, juntas, aprendermos a educar nossos filhos agora que, finalmente, entendemos que o machismo – que durante muito tempo foi percebido por muitas como uma forma de se diferenciar e se aproximar do mundo dos homens – é, na verdade, um mecanismo para restringir nossas escolhas e nos limitar, oferecendo a cada uma de nós um aquário em vez da vastidão do oceano.
Flávia Camanho Camparini tem 20 anos de experiência na área de Estratégia de Desenvolvimento Humano, em grandes empresas como Grupo Pão de Açúcar, ABN Amro Bank e Johnson & Johnson. Nos últimos 9 anos dirigiu o Family Office da Família Setubal e Villela. Conduz o programa “Jornada do Feminino” com turmas no Brasil em parceria com o M.Inq e em Portugal, além de ter programas in company em empresas como XP Investimentos e Google.
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