A história da empresária que virou bilionária ao criar uma versão da Sephora na Índia

9 de agosto de 2021
Reprodução/Nykaa

Falguni Nayar, fundadora da varejista de beleza Nykaa, teve fortuna avaliada em US$ 1,1 bilhão

A investidora veterana que virou empresária Falguni Nayar, cuja varejista de beleza Nykaa está prestes a lançar abrir capital na bolsa, tornou-se a mais nova bilionária da Índia. Em junho, a empresa foi avaliada em US$ 2,3 bilhões no pré-IPO, colocando Nayar no clube dos 10 dígitos, com um patrimônio líquido estimado em US$ 1,1 bilhão.

A listagem na bolsa, que poderia avaliar a companhia de nove anos em cerca de US$ 4,5 bilhões ou mais, seria uma sorte inesperada para Falguni, impulsionando ainda mais o valor de seu investimento inicial de US$ 2 milhões.

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De acordo com o prospecto de oferta, que foi apresentado aos reguladores do mercado de ações no começo do mês, a empresa está tentando levantar US$ 71 milhões por meio de uma nova emissão de papéis e também propõe a venda de 43,11 milhões de ações por acionistas existentes (incluindo Falguni). O IPO resultará em uma grande recompensa para os primeiros investidores da Nykaa, como o bilionário de bens de consumo Harsh Mariwala e o bilionário de commodities de Hong Kong Harindarpal Singh Banga.

Com 58 anos, a fundadora, diretora-administrativa e CEO da loja online de cosméticos e roupas com sede em Mumbai possui 54% da empresa, com seu marido, Sanjay Nayar, CEO indiano da gigante norte-americano de private equity KKR, e seus dois filhos. O IPO é oportuno, pois a Nykaa recentemente se tornou lucrativa, o que a torna uma proposta atraente para os investidores.

Em meio aos lockdowns por conta da pandemia, os consumidores presos em casa começaram uma farra de compras online, pedindo de tudo – desde batons e máscaras a cremes para a pele. Essa onda de compras impulsionou a receita anual da Nykaa para US$ 334 milhões no ano fiscal encerrado em março de 2021, ante US$ 236 milhões no ano anterior. A empresa reportou lucro líquido de US$ 8 milhões no mesmo período, contra um prejuízo líquido de US$ 2 milhões em 2020.

Reprodução/Forbes

Hoje, a Nykaa vende 1.350 marcas de beleza e, além do e-commerce, tem mais de 70 pontos físicos pela Índia

Falguni pretende implantar os recursos do IPO em tijolo e argamassa – novos depósitos e lojas – bem como aumentar a visibilidade da sua marca. Nykaa, derivada da palavra sânscrita “Nayaka” que significa “alguém no centro das atenções”, criou um nicho para si mesma ao vender marcas de beleza de luxo como Estée Lauder, Clinique e Bobbi Brown em seus infinitos ​​corredores online.

A indiana também está procurando consolidar a presença da Nykaa na Índia. De acordo com estimativas da RedSeer Management Consulting, sediada em Bangalore, o mercado indiano de beleza e cuidados pessoais deve atingir US$ 28 bilhões em 2025, contra US$ 16 bilhões em 2020. Já o de moda deve chegar a US$ 124 bilhões – contra US$ 54 bilhões no ano passado.

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Hoje, a varejista tem 73 lojas em 38 cidades da Índia e distribui 1.350 marcas. Ela também tem sua própria linha de produtos, de fragrâncias a roupas da moda, mas a maior parte das vendas vem de seu site e aplicativos.

Quase 87% do valor bruto das mercadorias da Nykaa no ano fiscal de 2021 foi gerado por seus aplicativos móveis. E compradores online gastaram quase 100 milhões de horas em seus sites de moda e cuidados pessoais, como o canal Nykaa TV no YouTube e endereços como o Nykaa Network e Nykaa Beauty Book.

A jornada empreendedora de Falguni começou em 2012, depois que ela passou mais de 20 anos no banco Kotak Mahindra ajudando outros empresários a perseguir seus sonhos de empresas com capital aberto. Isso acabou alimentando sua ambição de abrir seu próprio negócio. Depois de estudar o mercado, ela percebeu que não existia na Índia um varejista confiável de cosméticos de grife, como a Sephora.

Ela se tornou uma cliente fiel da Sephora em suas visitas frequentes aos Estados Unidos, onde seus gêmeos estudaram entre 2004 e 2008 (ambos trabalham com ela agora). A indiana percebeu que, embora cadeias de drogarias como CVS Pharmacy também vendessem produtos de beleza, a Sephora tinha vantagem porque os vendedores em suas lojas eram muito prestativos e amigáveis ​​ao cliente. Falguni decidiu que uma versão indiana da gigante norte-americana era uma ideia oportuna. “Isso tinha muito potencial, mas eu sabia que teria que criar o mercado”, disse a empresária em uma entrevista à Forbes Ásia em 2019.

Com base em sua experiência em banco de investimento, ela rapidamente avaliou o potencial do mercado, mas “não conhecia beleza, tecnologia ou varejo”, disse ela na época. A indiana superou isso tornando-se ela própria uma ávida compradora de cosméticos e consultando especialistas em tecnologia. Em seguida, ela deu o salto: começou o Nykaa como um varejista online, adicionando lojas de rua assim que estabeleceu seu nome.

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Startups como a Nykaa têm atraído a atenção dos investidores ultimamente e uma série de IPOs estão prestes a atingir o mercado de ações. A empresa de entrega de alimentos Zomato, que ainda não se tornou lucrativa, fez uma estreia estrondosa em julho, avaliada em US$ 12,2 bilhões. Já com retorno financeiro, o comércio de Falguni parece ter sido bem preparado por ele para colher riquezas na oferta pública de ações.

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