Futuro de jovens afegãs de grupo de robótica está indefinido

18 de agosto de 2021
Divulgação

Da esquerda para a direita: Elham Mansoori, Diana Wahabzada, Somaya Faruqi, Florance Pouya e Ayda Hayderpoor, integrantes do grupo de robótica afegão

Nem todos os jovens estavam jogando online ou assistindo a transmissões ao vivo durante a pandemia. Cinco meninas desenvolveram um ventilador leve e de baixo custo para ajudar no tratamento de pacientes com diagnóstico de Covid-19 no Afeganistão. Elas integraram a lista Under 30 Ásia de 2021 e estavam entre os 20 homenageados mais jovens da seleção. Mas o futuro da equipe de robótica pode estar ameaçado por causa da delicada situação política do país.

Somaya Faruqi, Ayda Hayderpoor, Elham Mansoori, Florance Pouya e Diana Wahabzada, com idades entre 15 e 19 anos, fazem parte do Afghan Girls Robotic Team. A equipe tem ao todo 20 estudantes de robótica e foi formada com a ajuda da organização sem fins lucrativos Digital Citizen Fund, com sede em Nova York, em 2017. Ficou conhecida mundialmente e chegou a viajar por Estados Unidos e Canadá, mas, após o Talibã ter tomado controle da capital Cabul, no último domingo (15), seu futuro é incerto.

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De acordo com o “The Washington Post”, as jovens chegaram a se deslocar até o aeroporto da capital, ao lado de seus professores, em busca de passagens para sair do Afeganistão, mas sem sucesso.

A retomada de Cabul pelo Talibã causou pânico na população. As mulheres se mostram apreensivas com a possibilidade de restrição de seus direitos, já que eram impedidas de trabalhar e estudar durante os anos em que o grupo fundamentalista esteve no poder no país, entre 1996 e 2001.

Nas últimas duas décadas, após a ocupação do Afeganistão pelos Estados Unidos, elas puderam exercer novos papéis na sociedade, como professoras, policiais e empresárias, além de voltarem a frequentar escolas após os 12 anos de idade – ou seja, o cenário para a criação da equipe de robótica só pôde surgir após a queda do Talibã.

Em coletiva de imprensa realizada ontem (17), o porta-voz do grupo prometeu “moderação” e afirmou que mulheres poderão continuar estudando e trabalhando, de acordo com a lei islâmica, sem detalhar como isso aconteceria.

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