Apesar de ter sido contratada para atuar no departamento de recursos humanos da empresa em 2015, as habilidades de Schaer com pessoas foram logo requeridas para que ela estivesse à frente das relações institucionais, o que inclui investidores, fornecedores e outros stakeholders. Em 2017, ela assumiu a nova área. “Era um momento importante, pois tínhamos alguns meses para preparar a abertura de capital e cuidar da cultura e do engajamento interno, mas também das relações externas.”
A executiva está hoje em um lugar que não imaginava quando entrou na faculdade de sociologia, há pouco mais de 15 anos. “O papel que desempenho hoje é algo que está sendo criado à medida que entendemos o que é necessário fazer, então não vejo um teto ou um job description. Posso ir por lugares que não foram estabelecidos.”
Nessa trajetória, a executiva aprendeu também a lidar com os problemas que atingem a carreira feminina em quase todos os mercados. “Aos poucos a gente percebe que temos menos tempo para falar, então temos que ser mais rápidas e objetivas. Temos que dar mais explicações, então precisamos nos preparar mais. Até mesmo a maneira como nos vestimos tem que ser mais cuidadosa.”
Para que as próximas gerações de mulheres possam ser menos afetadas por esses preconceitos, uma das suas bandeiras é investir na formação de meninas em tecnologia. “Hoje precisamos de mais mulheres na base da empresa para que elas possam chegar à liderança um dia, então temos uma parceria com um programa que leva meninas do ensino médio para incentivá-las a vir para o mercado de tecnologia.”
Ainda que a Despegar tenha hoje 44% de mulheres em seu quadro, quando se chega na gerência sênior esse percentual cai para 25%. Entre os country managers dos escritórios em cada país, há uma mulher à frente de Argentina e Uruguai e outra que lidera o escritório responsável por Peru e Chile. As duas maiores operações, México e Brasil, são lideradas por homens.
Turning point
“Assumir a área de relações institucionais foi muito divertido e também muito cansativo. Tive que mudar minha personalidade e meu jeito de pensar.”
Quem me apóia
“Meu marido é um grande apoiador, além de me desafiar profissionalmente. No trabalho, eu busco criar equipes com pessoas muito experientes em suas áreas e que saibam mais do que eu no nicho em que atuam.”
Primeiro cargo de liderança
“No RH da Accenture, uma empresa com milhares de funcionários no mundo e que me mostrou como era importante lidar com dados.”
“Hoje quero entender o impacto social e ambiental da empresa para traçar metas e liderar mudanças.”
Onde quero chegar
“Não vejo um teto ou um job description para o que faço hoje. Acho que estou construindo esse futuro à medida que vamos realizando e entendendo o que é importante.”
Quinzenalmente, a coluna Minha jornada conta histórias de profissionais que conquistaram espaço em seus mercados e áreas de atuação.