Empreendedoras faturam R$ 75 milhões com franquia de cabeleireiros

5 de maio de 2023
Divulgação/Fast Escova

Michelle Wadhy e Márcia Queirós, fundadoras da Fast Escova, e Ana Teresa Welerson, que era franqueada no Rio de Janeiro e hoje é sócia da empresa

Desde que inauguraram o primeiro salão da Fast Escova, Michelle Wadhy e Márcia Queirós sonhavam com o dia em que abririam a 100ª unidade. Cinco anos depois, a marca já foi superada, e 2023 deve terminar com 200 unidades da rede de franquias, que promete um serviço de salão de beleza ágil, sem horário marcado ou fila de espera e com preço tabelado. “A Fast Escova nasceu de uma dor nossa. Você chega no salão, pergunta o valor e na hora que vai pagar sempre tem uma surpresinha”, diz Márcia. 

Com um empréstimo de R$ 30 mil cada, Michelle e Márcia montaram a primeira loja e construíram a empresa já em um formato de franqueadora, preparando para escalonar o negócio. A decisão do modelo de negócio veio depois de uma pesquisa de mercado com o apoio de uma consultoria, que identificou que havia, sim, uma lacuna no mercado e abraçou a ideia.

O faturamento da Fast Escova saltou de R$ 25,3 milhões em 2021 para R$ 75,3 milhões em 2022. A expectativa para este ano é de R$ 150 milhões. “O conceito do ‘sem hora marcada’ funciona e caiu no gosto das mulheres.”

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Divulgação/Fast Escova

Amigas desde 2009, Michelle e Márcia começaram a rede de salões de beleza já pensando em expandir o negócio

Em pouco mais de seis meses, as empreendedoras, que se conheceram em 2009 quando trabalhavam na Avon e foram sócias em outro negócio, já tinham nove franquias comercializadas. Elas atribuem esse sucesso à criação de um modelo que cabe na rotina – e no bolso – de muitas mulheres. “A ideia é que ela seja dona do seu tempo”, diz Michelle.

E, também, ao mindset de “dividir para multiplicar”. Foi com isso em mente que chamaram, em julho de 2021, a então franqueada da Fast Escova no Rio de Janeiro Ana Teresa Welerson para ser sócia da empresa. “Vejo muitas empreendedoras se frustrando com os seus sonhos porque querem fazer tudo sozinhas. Mas a gente não faz nada assim, a gente se fortalece quando traz pessoas boas para o nosso lado”, diz Márcia. 

Hoje, as empresárias têm funções bem definidas no negócio: Márcia fica à frente do marketing, financeiro e RH; Michelle, do comercial; e Ana Teresa, que é advogada, fica com o jurídico e toda parte de implantação, padronização das franquias e treinamento dos franqueados. 

Crescimento até no lockdown

Mesmo com todo tipo de comércio fechando as portas, a nova sócia da empresa decidiu abrir uma franquia da Fast Escova no meio da pandemia. “É um modelo que traz as mulheres para perto, tanto a que quer empreender quanto a que quer usar os serviços”, afirma Ana Teresa. Mas ela não foi a única a fazer negócio num momento de incerteza. “A pandemia nos ensinou a ser mais rápidas e também que em meio à crise existem pessoas que investem, como a Ana”, diz Michelle. 

A loja foi a 31ª da rede, em um momento financeiramente delicado para as fundadoras. “Tivemos que exaurir todas as nossas economias para apoiar os franqueados, então zeramos os royalties durante praticamente um ano”, lembra Michelle.

Para contornar a crise, lançaram uma linha de produtos própria e pacote de assinaturas e investiram em treinar os franqueados. “Trabalhamos uma média de 16 horas por dia na pandemia para manter o negócio de pé porque acreditamos muito no processo.” 

Hoje, a Fast Escova também tem um pilar de empregabilidade, com um centro de desenvolvimento para os franqueados, a UniFast. “A educação move o mercado de franchise”, diz Michelle. A rede tem 1700 colaboradores e espera chegar a 3000 até o fim deste ano. Além disso, as empresárias estão investindo em levar mais tecnologia para os salões e, agora, começam a trabalhar na internacionalização da marca, com o projeto de inaugurar ainda este ano a primeira unidade em Miami. “Se em dupla a gente já estava crescendo muito, em trio vamos crescer ainda mais”, diz Márcia.