Nesta segunda-feira (2) a húngara conquistou o Nobel de Medicina, junto do colega Drew Weissman, pela “impressionante flexibilidade e rapidez de desenvolvimento e adaptação das vacinas de mRNA”, segundo a organização da premiação.
Leia também
- Prêmio Nobel aumenta para quase US$ 1 milhão em 2023
- Três segredos de liderança de vencedores do Prêmio Nobel
Originária de uma pequena cidade na Hungria, Karikó disse em entrevista após a premiação do Nobel que sua mãe, que já morreu, acreditava que um dia ela poderia receber tal reconhecimento, mesmo quando nem conseguia uma bolsa para manter sua pesquisa. “Ela disse: ‘mas você trabalha tanto’. E eu disse que muitos cientistas trabalham muito, muito duro”, disse Karikó, que estava dormindo quando recebeu a ligação de Estocolmo com a notícia e chegou a achar que era uma piada.
Trajetória e descoberta científica
Katalin Karikó é pioneira em pesquisas sobre RNA desde o final dos anos 1990, mas por muito tempo não foi reconhecida no meio acadêmico. Formada pela Universidade de Szeged e com pós-doutorado na Universidade Temple, trabalhou no Centro de Pesquisa Biológica da Academia Húngara de Ciências antes de se mudar para os Estados Unidos com a família em 1985. Em entrevista à Forbes, ela contou que saiu da Hungria só com a filha, o marido e US$ 1,2 mil escondidos em um urso de pelúcia.
Já nos EUA, a bioquímica entrou para o departamento de neurocirurgia da Escola de Medicina Parelman da Universidade da Pensilvânia, onde conheceu o pesquisador Weissman, com quem ganharia vários prêmios, incluindo o Nobel. A descoberta dos dois, que permitiu o desenvolvimento de vacinas mRNA, foi a modificação da partícula do RNA para que ela passasse despercebida pelo sistema imunológico e, assim, não gerasse uma resposta inflamatória do corpo e pudesse causar o efeito necessário.
* Com informações da Agência Reuters