No entanto, a pesquisa apontou ainda que 3 em cada 10 executivos no Brasil hoje são mulheres, as quais têm uma remuneração média 20% menor do que seus colegas homens. Nos demais níveis de hierarquia, como analistas, especialistas e técnicos, a diferença salarial é de 11%.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Em relação à diversidade, levantamento recente também da Mercer mostra que 35% das empresas no Brasil ainda não têm nenhuma ação específica para abordar a equidade de gênero e o gap salarial entre homens e mulheres. E apenas 15% implementaram totalmente ações e políticas em relação ao tema.
Leia também
- Diferença salarial faz mulheres perderem US$ 1 milhão ao longo da vida
- Vencedora do Nobel previu que o trabalho flexível diminuiria desigualdade salarial
A atualização da legislação – que já previa que o mesmo salário fosse dado para funcionários que exercem as mesmas funções – é um avanço importante para combater a disparidade salarial entre homens e mulheres, avalia Ricarte. “No entanto, a verdadeira promoção da igualdade salarial requer medidas adicionais, como transparência salarial, eliminação de vieses inconscientes, promoção da diversidade e inclusão, monitoramento de dados e engajamento da sociedade.”
Outras tendências de trabalho e remuneração
O levantamento sobre remuneração da Mercer traz outras análises sobre o mercado e tendências para o próximo ano. A previsão de aumento, segundo Ricarte, está em linha com a expectativa de inflação, 4,3%. “Setores em crescimento, como tecnologia e saúde, podem oferecer melhores oportunidades salariais, enquanto setores afetados pela pandemia e ainda em recuperação, como turismo e varejo, podem enfrentar dificuldades em oferecer aumentos significativos.”
Benefícios
Em relação aos benefícios, 68% das empresas fizeram alguma mudança no pacote no último ano.
55% disponibilizaram benefícios voltados à saúde e ao bem-estar;
50% redesenharam o plano de assistência médica;
16% implantaram telemedicina.
Retorno ao presencial
Quase 60% das empresas disseram que trabalhadores de outras localidades terão de voltar ao escritório. Isso sugere que devemos ver uma ampliação do trabalho presencial em 2024. “E os preços de moradia nas principais cidades já começaram a refletir essa nova realidade.”
Gerações
A pesquisa mostra que a geração X (profissionais que nasceram entre 1965 e 1980) teve queda de 7% no salário em relação a 2022. Já a geração Y (nascidos por volta de 1980 e 1995) teve um aumento de 3% e dobrou sua participação no nível executivo nesse mesmo período, o que significa que está galgando posições de liderança.
Contratações
O Brasil está no top cinco entre os países com mais profissionais contratados globalmente, segundo a plataforma de contratação Deel. O que pode “trazer competitividade e transferência de conhecimentos. Porém, também pode resultar na perda de talentos.”