Cerca de 450 hotéis brasileiros trabalham em parceria com a empresa, que começou operações no país no ano passado, repaginando hotéis independentes e fornecendo a eles um canal de reservas online em troca de uma porcentagem da receita. Cerca de metade destes estabelecimentos continuam fechados e a ocupação média está em 18%.
“Somos uma empresa muito data-driven e temos usado os dados de outros países que já estão alguns passos à frente [no controle da pandemia] para conseguir ter algum nível de previsibilidade sobre como as coisas podem acontecer no Brasil”, diz o diretor geral da OYO no Brasil, Henrique Weaver, em entrevista à Forbes.
A empresa fechou mais de 3.600 parcerias globalmente com hotéis durante maio e junho e, segundo o executivo, isso é um testamento da percepção do valor da tecnologia que a OYO pode oferecer para aumentar o giro desses estabelecimentos nas atuais circunstâncias. Isso inclui não só o algoritmo da startup, que usa um modelo similar ao Uber para definir preços de diárias baseados na demanda, mas um app que realiza todas as transações no estabelecimento, desde o check-in até pagamentos por produtos e serviços durante a estadia.
“Temos a expertise para ajudar hotéis a saírem da crise assim que o contexto permitir, com os canais de demanda e a precificação inteligente para fazer com que eles tenham o mínimo de ocupação sem estimular viagens não essenciais”, aponta Weaver.
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TENDÊNCIAS E LANÇAMENTOS
O caso de uso da OYO no Brasil tem mudado como consequência da pandemia. Entre as tendências atuais, está o interesse em localidades próximas à residência do hóspede para turismo hiperlocal, além de estadias de mais de uma semana por pessoas que precisam cumprir o isolamento, bem como uso de quartos de hotel para trabalho. “Estamos explorando bastante estas novas tendências para entender o que é permanente e o que vai durar somente na pandemia”, avalia Weaver.
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Para atender novas demandas de mercado além das circunstâncias atuais, o time de Weaver está planejando uma série de lançamentos no Brasil. Um deles é o programa de fidelidade OYO Wizard, que será ofertado quando as condições de mercado estiverem mais favoráveis. Segundo Weaver, o programa vem como forma de estimular hospedagens recorrentes: em mercados como a Índia, este tipo de estadia representa cerca de 70% da receita do unicórnio, que faz parte do portfólio do mega fundo japonês SoftBank.
A empresa também está pilotando novos modelos de hospedagem no Brasil: o Hotel O, de hotéis super econômicos, e o Capital O, de hotéis premium, para complementar a oferta atual, que está no meio deste espectro. Além disso, o diretor da operação brasileira se diz aberto a parcerias com outras startups para incrementar sua capacidade de distribuição e levar a possibilidade de reservas de quartos da rede através de aplicativos de terceiros.
Antes da pandemia, a OYO tinha planos agressivos de crescimento e a força de trabalho no Brasil chegou a ultrapassar os 700 funcionários. Esse número incluía um batalhão de profissionais de campo espalhados pelos quatro cantos do país, focados em áreas como vendas e novas parcerias, na transformação dos hotéis e na operação dos estabelecimentos que aderiram à rede.
Com a crise e a revisão da presença geográfica da empresa, mais de 500 pessoas, em sua maioria profissionais que atuavam em campo, foram demitidas entre março e abril deste ano. A subsidiária brasileira da OYO atualmente emprega 140 profissionais em setores considerados centrais, como financeiro e jurídico.
“Esperamos retomar [a contratação de funções que foram eliminadas] assim que retornarmos com a operação e estivermos em uma situação um pouco mais normal”, diz Weaver, acrescentando que a operação atual no Brasil é adequada para os planos da empresa e demissões futuras não estão no horizonte.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros.
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