Pioneiro no mundo, o projeto foi financiado e desenvolvido em uma parceria entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (ABRAPAC), Associação dos Aeronautas da Gol (ASAGOL) e Associação dos Tripulantes da Latam Brasil (ATL). Tem como objetivo a criação de um banco de dados sobre o estado de alerta das tripulações da aviação civil brasileira durante suas jornadas de trabalho, para identificar perigos relativos à queda do desempenho cognitivo e, assim, mitigar possíveis incidentes derivados do cansaço. Garcia conta que a Azul sempre se atentou a esse assunto, e que trabalhará em parceria com a tecnologia para que os resultados sejam cada vez melhores.
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Atenção humana e tecnologia de qualidade. Essa é a dupla infalível da segurança na aviação. No caso do fadigômetro, os pesquisadores começaram a mapear e analisar as escalas de trabalho dos aeronautas com a ajuda de um software de gerenciamento de fadiga humana chamado SAFTE-FAST (Sleep, Activity, Fatigue, and Task Effectiveness – Fatigue Avoidance Scheduling Tool, algo como Sono, Atividade, Fadiga e Eficácia da Tarefa – Ferramenta para Evitar a Fadiga).
Baseado em um modelo biomatemático, o algoritmo leva em conta o processo homeostático e ritmos circadianos associados à atenção e à inércia do sono. A partir desses dados, o sistema elabora relatórios que podem ajudar a propor métodos para a análise do risco de cansaço. Com acesso às escalas de voos dos pilotos e comissários da companhia, fica ainda mais simples analisar o cenário como um todo e encaixar as peças da rotina dos tripulantes.
“O cansaço é subjetivo, por isso trabalhamos junto com o fadigômetro, que é um sistema mais geral”, reforça o comandante. Para ele, é realmente importante que o projeto seja em equipe, inclusive com apoio dos pilotos, que possuem voz e liberdade para dizer quando estão cansados e preferem não voar – sem serem punidos com descontos na folha de pagamento. “Sabemos que isso é importante porque nosso trabalho se baseia na produtividade e o financeiro é afetado por isso, então não descontamos nada para que eles saibam que têm nosso apoio.”
Por enquanto, durante a pandemia, esse cansaço extremo não é um problema. Com voos reduzidos, os tripulantes estão tendo cerca de 19 dias de folga com desconto de salário de 30%, mas, quando o ritmo da demanda voltar ao normal, o fadigômetro vai entrar em operação de forma efetiva, após os testes realizados neste período de fraca demanda. “A pandemia nos deu essa oportunidade. Destruíram nossa casa, mas nós estamos aproveitando para reformar alguns cômodos e voltarmos com tudo”, diz Garcia, bem humorado.
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