Diego Puerta, líder da Dell Technologies Brasil, apresentou os dados da pesquisa bienal em uma coletiva de imprensa na tarde de ontem (17). O levantamento contou com a análise de mais de 200 empresas com mais de 250 funcionários e baseou-se na seguinte pergunta: “As empresas nacionais estão preparadas para esse novo cenário do mercado de trabalho?”. De início, os dados assustam: cerca de uma em cada quatro empresas temem pela sobrevivência nos próximos dois anos. Enquanto isso, 67,5% das companhias acreditam que irão passar pela crise, mas terão que fazer cortes na equipe e levarão anos para retornar à lucratividade.
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Ao analisar o histórico do DT Index no Brasil, 2020 mostra-se como o ano que contempla mais concentração de empresas como avaliadoras e adotantes digitais – que têm planos graduais de transformação digital e que detêm planos mais maduros de inovação em andamento, respectivamente. Influenciado também pelo momento de autoavaliação, segundo a pesquisa, o cenário concentrado em tais classificações intermediárias vai solidificar a transformação digital.
A estudo apontou que os principais planos adotados visam aperfeiçoar o trabalho remoto, reinventar a experiência digital dos colaboradores e consumidores e melhorar a proteção contra os ataques cibernéticos. Só após completar esses passos é que as empresas terão como prioridade expandir seus negócios.
O líder da Dell analisa que, no geral, o movimento de aceleração digital é positivo, se não fosse o peso que a pandemia do coronavírus exerceu na vida das pessoas. O atual cenário de potencialização tecnológica, por um lado, fez com que 92% das empresas reinventassem seus modelos de negócios, e 95% das companhias se dizem orgulhosas pelas novas mudanças realizadas. Mas, por outro lado, 45% delas acreditam que a transição digital pode não ser tão rápida quanto o necessário, e 44% estão preocupadas com o risco de burnout entre os colaboradores durante o período.
Para além da capacidade técnica, Puerta chama a atenção para um dos grandes problemas que não foi listado de forma expressiva pelas companhias: a capacitação dos profissionais. Segundo ele, acima da técnica, é necessário investir nos talentos, já que qualquer tipo de planejamento é impossível sem uma equipe que saiba desenvolvê-lo de maneira eficiente.
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O levantamento aponta que o grande consenso entre as empresas é a necessidade de inovação e, para isso, 95,5% dela acreditam que a área de tecnologia mais ágil e escalável é essencial para o momento. Dentre os objetivos dos investimentos em TI destacam-se a cibersegurança e a privacidade, seguidas pelo aumento da importância na gestão de dados, ambiente de trabalho digital e serviços digitais on demand. No entanto, apenas 44% das companhias afirmam ter as tecnologias exigidas e na velocidade necessária para serem bem-sucedidas ainda neste ano.
O ambiente de aprimoramento das companhias tem o objetivo de proporcionar uma cultura ágil aos trabalhadores. Puerta analisa que, no Brasil, o home office sempre foi visto como algo a ser conquistado, mas não era colocado em prática pelas empresas. Antes da pandemia, cerca de um em quatro colaboradores trabalhava de maneira remota. Atualmente, esse dado cresceu: mais de um em cada dois trabalhadores realiza suas funções remotamente. “O trabalho não é mais o destino ou o local, mas o objetivo”, aponta.
O Brasil mostra-se mostra-se um país sólido na transformação digital, e com maturidade para implementar as novas exigências do mercado. Para além da resiliência por parte das empresas, promover a educação sobre a importância da jornada de digitalização, criar a cultura de feedback e analisar a produtividade serão atitudes essenciais no mercado de trabalho. Puerta comenta que uma TI moderna e flexível não dá conta de sustentar as empresas no atual momento. A importância de investir é a de se manter competitivo e, para isso, deve ser analisado o corpo completo das companhias. “As empresas são negócios, não só tecnologia”, finaliza.
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