Tecnologia brasileira combate pragas nos vinhedos de Mendoza sem agredir o meio ambiente

8 de fevereiro de 2021
Divulgação

A empresa tem trabalhado na otimização dos resultados com investimentos no uso de drones

A empresa brasileira de biopesticidas ISCA desenvolveu uma tecnologia que tem ajudado os vinhedos de Mendoza, província argentina que concentra a maior área de videiras da América Latina e a quinta maior do mundo, a controlar a Lobesia botrana (mariposa que ataca cachos de uva) sem agredir o meio ambiente.

O controle da praga vinda da Europa – e que já atinge áreas de cultivo do Chile e da Argentina – é normalmente realizado de forma manual, com produtos armazenados em pequenos sachês. Leandro Mafra, presidente da ISCA Latam, explica que o método convencional gera um custo alto, não só do produto, como também do aplicador. “Além disso, a aplicação tem que ser feita de forma simultânea. Se levar várias semanas para cobrir uma área, não terá a eficácia esperada, o que complica ainda mais o processo.”

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A solução desenvolvida pela empresa, e utilizada pelos produtores da região de Mendoza há três anos, propõe a pulverização de um composto de controle por via aérea. Como forma de medição de resultados, são instaladas redes que funcionam como armadilhas para as mariposas. Mafra comenta que, no primeiro ano, as armadilhas capturaram 80 mil mariposas. “Agora, são 6 mil, uma redução significativa, prova de que nossa estratégia deu certo.”

Na região argentina, onde a empresa opera por meio de representação local e com o auxílio de uma companhia aérea que adaptou seus equipamentos para a aplicação do produto, o controle da Lobesia botrana é tão sério que o país dispõe de incentivos governamentais e uma autarquia para resolver o problema.

Atualmente, a empresa tem trabalhado na otimização dos resultados e redução do custo da tecnologia investindo no uso de drones. A aposta na nova ferramenta promete contemplar diversas áreas simultaneamente e restringir a aplicação a espaços delimitados. “Um drone sozinho consegue aplicar o produto em centenas de hectares por dia. Para comparar, uma pessoa aplica, manualmente, cerca de 4 hectares”, diz o empresário.

O próximo passo é levar a tecnologia para o Chile e para a Europa, principal mercado produtor de vinho no mundo. Mafra comenta que a experiência na Argentina foi a primeira com cobertura de áreas comerciais e se tornou um diferencial. “Esse é um modelo bem-sucedido que queremos levar para outros países.”

A ISCA, empresa brasileira com sede também nos Estados Unidos e na Índia, recebeu, em 2012, o principal prêmio de inovação da “Americas Foundation Wireless Innovation Project”. Em 2016, desenvolveu três novas tecnologias para o combate ao mosquito Aedes aegypti.

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