Com US$ 300 milhões em caixa, Netskope planeja expansão pela América Latina

13 de julho de 2021
Divulgação

O cofundador e CEO da Netskope, Sanjay Beri, acredita que o investimento em infraestrutura na América Latina é essencial para o crescimento de sua empresa

Após levantar US$ 300 milhões em uma nova rodada de venture capital, a empresa norte-americana de cibersegurança Netskope pretende aumentar sua aposta na América Latina. Capitalizada e com valor de mercado estimado em US$ 7,5 bilhões, a companhia tem pretensão de construir centros de dados na região, além de investir no desenvolvimento de novas soluções, assim como na contratação de profissionais, principalmente na área de marketing e vendas.

Desde a sua fundação em 2012, a Netskope já levantou mais de US$ 1 bilhão em nove rodadas institucionais, de acordo com o banco de dados Crunchbase. Antes da captação anunciada na semana passada, que contou com a participação do fundo brasileiro Base Partners e de mais seis investidores, a última vez em que a empresa recebeu um cheque foi em fevereiro do ano passado. Na oportunidade, dez investidores, entre eles o Sequoia Capital Global Equities, injetaram US$ 340 milhões no negócio.

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A principal solução da empresa, o Netskope Cloud Security Platform, permite que organizações ofereçam acesso aos seus sistemas – como aplicativos próprios e a rede interna – para seus funcionários independentemente do dispositivo ou localização, sem perder a segurança e integridade dos dados. Hoje, mais de 1.500 corporações no mundo utilizam pelo menos uma aplicação da empresa em sua operação de tecnologia. Na América Latina, os setores bancário, de telecomunicações e de varejo são as principais áreas atendidas.

INFRAESTRUTURA E TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

A companhia pretende direcionar a maior parte do capital disponível em caixa para desenvolvimento e pesquisa, com foco principalmente na construção de novas soluções de cibersegurança. Além disso, deve manter os holofotes na América Latina. “Nós expandimos o nosso negócio rapidamente na região nos últimos dois anos, criando centros de dados em São Paulo, Buenos Aires e Santiago”, afirma o cofundador e CEO Sanjay Beri em entrevista à Forbes. “Acreditamos fortemente nos mercados locais e, por isso, investimos milhões e milhões em infraestrutura e equipes para atender nossos clientes.”

Nos últimos 18 meses, além de construir quatro novos centros de dados na América Latina, a companhia mais do que dobrou o seu time na região, além de ter visto a base de usuários que utilizam sua solução crescer 220%. E os investimentos em infraestrutura não foram os únicos responsáveis pelo crescimento no período, mas também a transformação digital impulsionada pela pandemia de Covid-19. “Nossa solução permite que grandes empresas operem no modelo de trabalho remoto rapidamente, sem perder a confiabilidade”, afirma Beri. “Eu me lembro de ter recebido uma ligação de um cliente que precisava colocar 20 mil pessoas em casa, por meio de aplicativos e rede privada, em sete dias. E nós conseguimos fazer isso.”

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Para ficar mais próxima dos seus clientes latino-americanos, a Netskope abriu escritórios em Brasília, para conversar com entidades governamentais, e em Monterrey, no México. Nos próximos meses, a companhia prevê a inauguração de mais um centro de dados no Peru e a contratação de mais colaboradores para auxiliar na implementação e ensino das plataformas para os usuários. “Ter atuação local é um requisito obrigatório, tanto para a agilidade de acesso aos sistemas e de atendimento, quanto para garantir que os dados dos nossos clientes fiquem próximos a eles”, diz Beri.

ABERTURA DE CAPITAL NA HORA CERTA

Na visão do executivo, a Netskope está muito bem posicionada para os próximos anos, à medida que não só companhias, mas também entidades governamentais, passarão a valorizar mais a cibersegurança. “Os dados são o novo petróleo. Eles são o ativo mais valioso de qualquer organização”, afirma o CEO. “Cibercriminosos querem encontrar as informações mais sensíveis de empresas e governos e, por conta disso, veremos companhias e países gastando cada vez mais para proteger e assegurar suas informações.”

Outro ponto onde o cofundador da empresa mostra confiança é de que a rodada levantada na semana passada será a última. “Essa foi a nossa última captação privada”, afirma. “Nós queremos abrir capital e estamos no caminho para isso, mas não temos pressa.” Antes de embarcar no mercado aberto, seja na Nasdaq ou na NYSE, a companhia precisa aproveitar o bom crescimento atual para expandir e obter reconhecimento de marca. “Não precisamos abrir capital por motivos financeiros. Se quiséssemos, poderíamos fazer isso hoje, mas queremos expandir mais a nossa plataforma.”

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