No Brasil, estima-se que 32% dos trabalhadores sofram com a condição, de acordo com uma pesquisa da Isma-BR (International Stress Management Association) realizada em 2018. A estimativa da entidade é que 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seja perdido anualmente por conta do estresse no ambiente corporativo.
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“O Burnout é uma questão de qualidade de vida. Se o funcionário trabalha mais de 60 horas por semana, não faz pausas para o almoço ou sai de uma reunião e logo entra em outra, o cérebro não descansa. Isso acaba prejudicando a saúde mental”, argumenta Paulo Castello, CEO e fundador da Fhinck. A startup atua como uma plataforma de people analytics que utiliza a tecnologia e a ciência de dados para compreender o desempenho operacional, a produtividade e o comportamento humano nas empresas.
Segundo o levantamento da Harris, 44% dos brasileiros disseram que a pandemia aumentou o sentimento de exaustão. O país está à frente de Singapura (37%), Estados Unidos (31%), Índia (29%) e Austrália (28%) nesse quesito. Pensando nisso, a Fhinck desenvolveu um algoritmo corporativo capaz de identificar variáveis que podem aumentar o risco da doença nos colaboradores.
O software analisa as tarefas realizadas por cada profissional e desenha o perfil dos funcionários com base em suas experiências diárias de trabalho em frente às telas. A tecnologia identifica a quantidade de horas extras, pausas para o almoço, número e sequência de reuniões, fluxo de trabalho, entre outros indicadores que, quando em excesso, podem levar ao esgotamento emocional.
No último ano, a startup, que atende clientes como Accenture, Unilever, Natura, Kroton e EMS, identificou saltos de 12% nas jornadas médias de trabalho e de 27% no risco de casos de Burnout em cargos sênior e de liderança. Além disso, registrou um aumento de 17% na mistura de rotinas de trabalho e atividades pessoais, alongando as jornadas.
A ferramenta também é capaz de identificar os passos digitais de cada usuário, como as atividades de copiar e colar, mapa dos cliques, RPA (Automação de Processos Robóticos) e até mesmo identificação de Shadow IT (prática de utilizar aplicativos, softwares ou serviços de tecnologias que não tenham sido aprovados pela empresa). O valor do produto varia de acordo com a quantidade de licenças que a empresa deseja contratar.
O executivo deixa claro que a intenção da tecnologia não é invadir a privacidade dos colaboradores e, muito menos, monitorar as atividades dos funcionários fora do período de trabalho. “A ferramenta foi criada para olhar a eficiência profissional e melhorar processos, pessoas e sistemas. Não é invasivo, não captura tela, não grava vídeos e nem a digitação.”
Atualmente, a Fhinck está presente nos Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Índia e Singapura, além do Brasil. Em 2022, a meta é chegar a São José (Costa Rica), Dallas (Estados Unidos), Varsóvia (Polônia) e Kuala Lumpur (Malásia). “As empresas que não utilizarem dados para conhecer seus colaboradores a fundo, para que possam criar planos de desenvolvimento personalizados, vão ficar para trás”, conclui o executivo.
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