A série tem duas timelines diferentes: na primeira, parte da história se passa na Berlim dos anos 1990, um dos berços da anarquia digital, onde dois estudantes (Carsten e Júri), estão desenvolvendo um projeto visionário chamado Terravision com financiamento da Telekom (Estatal Alemã Oriental). O projeto acaba ganhando força e fama, e eles viajam para o Vale do Silício, onde conhecem Brian Anderson, um visionário desenvolvedor, famoso por evangelizar novas tecnologias, que fica extremamente entusiasmado com a ideia e acaba por fundar sua própria empresa que posteriormente foi vendida ao Google.
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A utopia do mundo digital
“A internet foi uma das maiores revoluções tecnológicas do mundo, que proporcionou a realização do sonho de liberdade e acesso sem fronteiras à informação. A ideia utópica de que todo o conhecimento pudesse estar disponível para todos era extraordinário e impressionante para aquela época. A série nos traz a reflexão justamente em um momento que questionamos o gigantesco poder de influência das big techs sobre nossas vidas, que já controlam cerca de 80% do mercado. Além da privacidade, estamos vivendo discursos calorosos sobre direito de propriedade intelectual e monopólio”
Problemas que viram inspiração
Transformando ideias em potência comercial
“Muitos entusiastas e fundadores de empresas de tecnologia, começam também seus projetos com ideias fantásticas para seus softwares, e acabam não percebendo seu verdadeiro potencial comercial, penetração no mercado e poder de influência. Acredito que o empreendedor que assiste essa minissérie acaba por perceber que sem milho não tem pipoca, e que por mais libertária e inovadora seja uma ideia de projeto, ele precisa ser monetizável. Inovar é quebrar paradigmas tecnológicos e sociais. Outro aprendizado que a série traz é : não divulgar recursos fundamentais e a forma como seu recurso chave foi concebido. Compartilhar ideias não significa abrir para oportunistas a base de funcionamento da sua aplicação”