Ameaças aumentam, mas cibersegurança para influenciadores ainda é incipiente no Brasil

6 de novembro de 2021

De acordo com o Threat Analysis Group, do Google, 4 mil contas foram restauradas nos últimos seis meses nos Estados Unidos (Crédito: Getty Images)

Na semana passada, uma matéria da Forbes americana, repercutida pela Forbes Brasil, colocava em perspectiva dados do YouTube mostrando o aumento no sequestro de contas de influenciadores, bem como novos tipos de golpes destinados a atacar os criadores de conteúdo. De acordo com o Threat Analysis Group, do Google, nos últimos seis meses, foram bloqueadas 1,6 milhão de mensagens de phishing oferecendo dinheiro em troca da promoção de produtos e 4 mil contas foram restauradas.

Apesar do movimento lá fora, esse tema ainda está em evolução nas conversas aqui no Brasil. Rafa Lotto, head de planejamento e sócia da Youpix, consultoria especializada em creator economy, explica que existe uma preocupação em relação ao tema no Brasil, mas não de forma concreta. “O que vemos é que esse assunto aparece, normalmente, quando algo de ruim acontece, como uma conta sequestrada ou um fake usando informações para aplicar algum tipo de golpe.”

De acordo com Rafa, um dos primeiros desafios é a consciência por parte dos criadores de que um ataque pode acontecer a qualquer momento. “É importante lembrar que existem protocolos e, ao serem seguidos, podem evitar diversas situações desconfortáveis. O creator precisa se orientar e buscar por essas informações, ter o conhecimento do que pode deixá-lo mais seguro nas plataformas. Links enviados por mensagem direta e falsas ferramentas que prometem crescimento de seguidores fácil, por exemplo, estão entre os golpes mais comuns”, afirma a especialista do Youpix.

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“Existem soluções que as próprias plataformas oferecem, como a autenticação de dois fatores, por exemplo. Além disso, a troca frequente de senha também ajuda muito. Sim, parece muito básico, mas é algo bastante negligenciado. Os golpes são sofisticados, mas normalmente contam com o fator humano, que desconhece, em muitos casos, o funcionamento da própria plataforma. O Instagram, por exemplo, não fala com usuários através de mensagens diretas, no entanto, já vi muitos criadores caírem em golpes de pessoas que se fazem passar pela rede”, alerta Rafa, do Youpix.

Rafael Coca, COO e fundador da Spark, reforça que o fato de as redes sociais serem ferramentas diretas de trabalho dos criadores faz com que esse tema se torne cada vez mais urgente. “Qualquer problema com os canais de um criador afeta diretamente sua fonte de renda. Isso envolve tanto um cuidado em não infringir as diretrizes da comunidade, quanto o fenômeno mais recente, como é o caso da questão de cibersegurança. Sendo que neste contexto, eles precisam contar também com os artifícios de segurança que as plataformas desenvolvem buscando resguardar seus usuários”, afirma Coca.