Inteligência artificial ajuda foodtechs a ampliarem opções ao público vegano

1 de novembro de 2021

Hambúrguer vegetal da NotCo foi desenvolvido por meio de inteligência artificial (Crédito: Divulgação)

O aumento do consumo de alimentos sem matéria-prima animal vem impulsionando o negócio de startups que se utilizam da tecnologia para encontrar substâncias ou alimentos que recriem e substituam a carne. De acordo com a Euromonitor International, a receita do segmento de produtos vegetarianos e veganos já ultrapassa US$ 50 bilhões. Outro estudo, do Research and Markets, por exemplo, estima que as foodtechs devam movimentar US$ 250,4 bilhões até 2022.

Empresas como a NotCo, criada no Chile e destino de um aporte de US$ 235 milhões , em julho deste ano, tornando-se um unicórnio avaliado em US$ 1,5 bilhão, contam com a tecnologia para propor novas alternativas. A startup desenvolveu um algoritmo chamado Giuseppe que busca matérias primas de origem não animal para recriar alimentos. “Usar inteligência artificial nos permite otimizar e acelerar o processo de pesquisa e desenvolvimento. Com o Giuseppe, otimizamos tempo e recursos em relação ao que o ser humano precisaria para buscar as combinações possíveis de vegetais”, explica Vanessa Giangiacomo, head de marketing da NotCo.

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“Nosso algoritmo entende a estrutura molecular de alimentos de origem animal e busca em sua extensa base de dados qual a combinação de vegetais que irá gerar um alimento muito próximo em termos de sabor, textura, aroma e valor nutricional daquele alimento que queremos recriar. Ele nos dá a receita e os chefs e cientistas da NotCo testam em nossa cozinha laboratório. Depois, se necessário, retroalimentam o Giuseppe com seus feedbacks, para que se chegue na receita ideal.”, explica.

Outra empresa, a Tecbio Holding, que possui fábrica e laboratório instalados em Santa Bárbara D´Oeste, interior de São Paulo, desenvolveu uma substância que imita a produção do mel animal que origina uma versão vegana do alimento. Foram investidos R$ 10 milhões nessa linha e a previsão de outros R$ 15 milhões. “Utilizamos uma enzima chamada GMO Free, a mesma que as abelhas usam e misturamos com ao xarope de açúcar demerara, principal matéria-prima, à qual se adicionam fibra solúvel, açúcar mascavo, aroma natural de flores e água”, explica Ivo Rischbieter, presidente da Tecbio.

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“A indústria de alimentos está sob pressão para limpar seus produtos e oferecer mais saudabilidade para o consumidor. A diversidade de demanda por parte dos consumidores é a força motora por trás de todas estas mudanças. Neste contexto, buscar soluções próximas às oferecidas pela natureza representa um mercado potencial já existente e em crescimento significativo”, finaliza Ivo.