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Gustavo Giglio, head de Content for Brands na Omelete Company, organizadora da CCXP, um dos maiores eventos voltados ao público geek do mundo, explica que, ao desenvolver um projeto envolvendo cosplay é importante, primeiramente, respeitar e envolver a comunidade, já que é ela que entende e cuida da essência de um personagem. De acordo com Giglio, as buscas por termos relacionados ao universo cosplay têm crescido de forma considerável nos últimos anos.
Marcelo Fernandes, cofundador da Cosplay Art São Paulo, agência de casting de cosplayers, praticou o cosplay como hobby por 17 anos. Neste tempo, percebeu a demanda crescente de marcas e, a partir daí, tornou-se empreendedor ajudando empresas a encontrarem cosplayers. “Eles atraem bastante atenção do público e, na maioria das vezes, conversam com o tipo de produto que uma determinada empresa ou negócio quer mostrar. A necessidade de formalização deste tipo de negócio era uma necessidade e foi justamente com esse objetivo que criei, juntamente com a minha sócia Thaís Jussim, a Cosplay Art, o objetivo é facilitar o processo de contratação desses cosplayers, atendendo às demandas trabalhistas e fiscais para a realização deste tipo de trabalho e, prestando curadoria no fornecimento de mão-de-obra especializada e que entende sobre o tipo de negócio que vão divulgar”, explica.
Muito além da paixão
“O cosplay, para mim, é uma ferramenta de expressão artística impressionante. Seja como praticante ou admirador. Todo o trabalho de escolher os personagens, avaliar o melhor tecido, a atenção ao corte e aos detalhes me atrai. O cosplayer também é multitarefas já que, muitas vezes, ele mesmo é o designer de produção, o estilista, o costureiro, o artesão, maquiador e tudo que for necessário”, afirma Gerson “Jack” Freitas, cosplayer, apresentador e produtor de conteúdo. Ele reforça que o cosplay também ilustra o potencial criativo dos brasileiros.
Para a produtora de eventos Thamyres Azevedo, a partir do momento em que a prática do cosplay se torna uma atividade profissional, o valor agregado a esse hobby torna-se ainda maior e mais importante. “Foi através das oportunidades profissionais que tive, como o trabalho que desenvolvi como content creator e cosplayer que pude definir um rumo profissional investindo no aprendizado e na carreira na área de eventos”, relata.
Nada de brincadeira, cosplay é coisa séria
Ainda de acordo com Heykro, o cosplay também é um hobby para quem quer deixar de ser tímido e também é uma forma de expressão importante. “As pessoas conseguem se aceitar mais sendo personagens que amam, e acabam se sentindo mais acolhidas por outras pessoas que partilham do mesmo gosto. Muitas empresas ainda não levam o cosplay a sério, mas acredito que é uma ótima maneira de divulgação e de chamar atenção e proporcionar experiência.”
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“É importante entender que a prática do cosplay costuma começar como uma brincadeira, mas é muito mais do que isso. O significado real não vem do investimento financeiro ou da exposição que pode existir do cosplayer, que se torna um artista, mas sim, do valor que damos aos personagens que interpretamos, ao que eles significam pra gente, os aprendizados que tiramos dessa experiência e como, eventualmente, uma brincadeira que pode começar de forma acessível, com peças de armário e brechó, pode se tornar uma profissão e colaborar pra formação de artesãos, figurinistas, cenógrafos, atores e diversos outros especialistas em artes que se unem no cosplay”, diz Maria Luiza Grantaine (Moo), cosplayer, artista, dubladora, cantora e apresentadora.
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