O resultado do estudo deve colaborar para processo de melhora do “score” de crédito da população do campo, que ainda sofre com os efeitos da falta de dados sobre a sua capacidade de pagamento, como limites de financiamento e juros não compatíveis com o perfil de risco.
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“Isso tem proporcionado um crescimento desse setor praticamente ao largo do que tem acontecido com o resto da economia”, acrescentou, destacando que a pesquisa envolveu produtores das mais variadas faixas de rendas, incluindo agricultores familiares e assentados.
Entre sete Estados pesquisados, o indicador apurado em uma amostra de 95 mil produtores rurais mostrou que o Rio Grande do Sul tem a menor taxa de inadimplência no setor (11,3%), seguido pelo Paraná (13,5%), enquanto os respectivos índices gerais desses Estados são de 35,2% e 37,1%.
Em Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, o índice de inadimplência do produtor rural é de 23,5%, enquanto o geral é mais que o dobro (47,7%).
O padrão quase que se repete em Goiás (28% da inadimplência para agricultor versus 40,2%), Mato Grosso do Sul (16,1%, ante 41,8%) e Santa Catarina (17,5%, contra 32,2%).
A exceção ficou para o Tocantins, onde o índice de dívidas atrasadas é maior entre produtores rurais (43,4% versus 41,5%), o que seria em função de rendimentos mais baixos de agricultores nesse Estado em relação a outras regiões.
A pesquisa, realizada em junho em parceria com Ibope Inteligência e o Instituto Paulo Montenegro, mostrou ainda que entre os inadimplentes o índice é mais alto entre aqueles que ganham entre R$ 2 mil e R$ 4 mil (taxa de 18,4% de inadimplência) e mais baixo entre aqueles com rendimentos acima de R$ 10 mil (12,2% de inadimplência).
REDUÇÃO DE RISCO
A Serasa, que comercializa informações de crédito e modelos de “score” aos bancos, avalia que um índice de inadimplência de 15,9%, de menos da metade da população geral, deveria espelhar uma melhor pontuação dos agricultores.
Com os resultados da pesquisa em mãos, a Serasa agora buscará levantar outros dados sobre a produção e propriedade rural e o nível de endividamento do agricultor para formar a nota de risco.
Em momento em que agrifintechs ampliam a oferta de crédito, ainda altamente concentrada em poucos grandes bancos, as informações sobre o perfil de risco dos produtores também devem ajudar na diversificação do financiamento, acrescentou Pimenta.
Isso pode colaborar para uma queda da taxa de juros para o tomador, “uma redução com segurança, embalada em modelagem probabilística e estatística sobre a capacidade de pagamento das pessoas”, acrescentou Rabi. (Com Reuters)
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