“Esta é a primeira vez que elaboramos um SITE voltado a uma atividade econômica específica, o que foi uma das dificuldades e uma das inovações do trabalho”, afirma o geógrafo André Farias, analista da Embrapa Territorial, unidade localizada em Campinas (SP). Outros produtos do gênero analisavam biomas ou regiões geoeconômicas, além da macrologística agropecuária.
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“Trata-se de um sistema inédito, não existem informações georreferenciadas, padronizadas e organizadas sobre aquicultura no Brasil. Não há nenhum banco que compile essas informações. Além do ineditismo do sistema, ele tem o objetivo de facilitar o diálogo entre os formuladores de políticas públicas e os produtores aquícolas”, explica a geógrafa Marta Ummus, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), que lidera o projeto.
O projeto conta com três fontes de recursos financeiros. O PIAmz (Projeto Integrado da Amazônia), financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ), em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente. Coordenado pela Embrapa, o PIAmz atua nos nove estados amazônicos do território brasileiro, por meio de 19 projetos. O objetivo principal é promover a produção e a disseminação de conhecimentos e tecnologias voltadas para a recuperação, conservação e uso sustentável da Amazônia por ribeirinhos, extrativistas, agricultores familiares e povos indígenas.
A plataforma também é parte do projeto BRS Aqua, financiado com recursos do Funtec (Fundo Tecnológico) do BNDES, da própria Embrapa e da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Mapa – recursos executados pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O BRS Aqua é o maior projeto em aquicultura na Embrapa, envolvendo mais de 20 unidades. Outra fonte é o projeto Aquitech (Aquicultura com Tecnologia e Sustentabilidade) financiado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Mapa aquícola em cinco quadros
Os cinco quadros que geralmente compõem os SITEs apresentam informações sobre fatores que impactam a produção rural. Nas questões agrárias, a presença de unidades de conservação, por exemplo, pode restringir algumas atividades; já a existência de comunidades quilombolas e assentamentos da reforma agrária pode indicar a agentes públicos e organizações não governamentais áreas prioritárias para programas sociais. “Será possível analisar as informações considerando todas as variáveis desses diferentes quadros que contribuem ou não para o desenvolvimento da atividade aquícola em determinadas regiões em detrimento de outras”, afirma Marta.
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Para o SITE Aquicultura, o quadro natural ganhou reforço nas informações sobre Recursos Hídricos. A organização do sistema hidrográfico nacional e as redes de monitoramento podem ser visualizadas no mapa e consultadas em forma de tabela. Há também diferentes informações sobre disponibilidade e qualidade de água, a exemplo dos balanços hídricos feitos pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).
No quadro socioeconômico, além de dados sobre a população geral e os produtores rurais, foram incluídas informações específicas que afetam a aquicultura, como o gasto médio das famílias com pescado. A seção sobre infraestrutura apresenta o traçado das rodovias, hidrovias e ferrovias e informações sobre geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A aquicultura depende de energia elétrica, por exemplo, para acionar os aeradores que mantêm o nível de oxigênio adequado para os peixes e outros animais aquáticos.
Recursos para o usuário
O SITE Aquicultura reúne dados de 12 instituições, como IBGE, ANA e Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além de secretarias estaduais do Meio Ambiente. Eles estão dispostos em 296 camadas de informação nos seis quadros – a esse número podem ser adicionadas as milhares de combinações possíveis de espécie, ano e Unidade da Federação, na caixa de consulta sobre produção aquícola.
Ao navegar pelo SITE, o usuário seleciona uma ou mais camadas e faz combinações entre elas para obter as respostas que deseja. A seleção pode ser feita navegando pelos quadros e pela caixa de consulta ou por meio de uma busca de camadas, também chamadas de planos de informação. É possível definir níveis de transparência para melhor visualização. Os mapas gerados podem ser impressos.
Todas as camadas podem ser baixadas em formato shapefile, arquivo aberto para trabalhos de geoprocessamento, o que permite novas análises a partir dos dados fornecidos. Cada camada tem disponível uma relação de metadados, com a fonte e uma série de outras informações.
Outro recurso disponível é exibir no mapa diferentes delimitações territoriais: um município, um bioma, uma região hidrográfica e até mesmo uma região geoeconômica de expansão agropecuária como o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e a Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia).
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