A pauta está em análise pelo órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, após solicitação da companhia Bioceres com sede na Argentina , e pode ter um parecer apresentado em outubro.
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Segundo ele, a Argentina é fornecedora de cerca de 85% das importações brasileiras de trigo, considerando que o Brasil importa 60% do que consome, e a notícia de que o país vizinho já está plantando o cereal modificado ligou uma luz de alerta para o mercado brasileiro.
O trigo desenvolvido pela Bioceres, resistente à seca e ao herbicida glufosinato, está sendo semeado em uma área de 55 mil hectares, conforme informações da empresa.
“Esperamos que isso não ocorra”, disse Barbosa sobre a aprovação da CTNBio, citando que o Brasil seria o primeiro lugar do mundo a autorizar o consumo de produtos com o trigo modificado.
Barbosa também reafirmou que a Abitrigo está preparada para contestar uma eventual aprovação da CTNBio e, neste caso, deve solicitar junto a outros membros do setor que o tema seja analisado pelo Conselho Nacional de Biossegurança, composto por ministros, para que o governo se pronuncie sobre a conveniência da medida.
Procurado, o Ministério da Ciência não respondeu de imediato a um pedido de comentários.
O presidente da Abitrigo ainda acrescentou que os moinhos podem buscar o cereal em outros fornecedores, como alternativa ao produto argentino, destacando Uruguai e Paraguai em quantidades menores, e em maiores volumes nos EUA, Rússia e Canadá.
“O importante nesse momento é evitar a transgenia, isso pode trazer sérios problemas para o mercado interno e exportações”, disse o presidente-executivo da Abimapi, Claudio Zanão.
“O setor de panificação não comprará trigo da Argentina, nós vamos radicalizar, vamos procurar outros mercados”, enfatizou o presidente da Abip, Paulo Menegueli.
O governo da Argentina aprovou a comercialização da variedade transgênica de trigo HB4 da Bioceres, embora tenha destacado que o produto só poderá ser negociado depois de autorizada a importação pelo Brasil, conforme publicação no Diário Oficial argentino em outubro do ano passado.
Dados da estatal indicam que a safra brasileira pode, inclusive, superar está marca em 2021, com produção de 8,156 milhões de toneladas, um salto de 30,8% ante o ciclo anterior.
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