Restaurantes, cadeias de carne japonesas e churrascarias, todos em expansão na segunda economia do mundo, estão trocando a carne bovina australiana por carne norte-americana.
Vários fornecedores australianos foram proibidos no ano passado e os embarques de outros locais demoram muito para passar pela alfândega.
As importações de carne bovina dos EUA cresceram para 83.000 toneladas nos primeiros oito meses de 2021, nove vezes a quantidade no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da alfândega chinesa, e devem atingir mais de US$ 1 bilhão este ano.
A Austrália também ficou atrás dos Estados Unidos neste ano como o maior exportador de carne de gado alimentado com ração para a China.
“Eles não têm muitas outras opções no que diz respeito ao produto bem marmorizado e alimentado com ração”, disse Joe Schuele, porta-voz da USMEF (Federação de Exportação de Carne dos EUA). “Esse é o produto que realmente se destaca na China.”
Embora outras fábricas ainda tenham permissão para embarcar à China, os importadores dizem que enfrentam longos atrasos.
As importações de carne bovina da Austrália nos primeiros oito meses caíram para 96.000 toneladas, metade do que foi registrado no mesmo período do ano passado, mostram dados alfandegários da China.
“Fomos informados de que levará pelo menos 85 dias para liberar”, disse um importador de Pequim que tem seis contêineres de carne bovina australiana congelada no porto de Xangai e começou a oferecer carne Tyson para seus clientes de restaurantes.
Os laços sino-australianos estão tensos desde 2018 e pioraram no ano passado, quando a Austrália pediu uma investigação independente sobre as origens do novo coronavírus, o que gerou represálias comerciais da China.
A carne de gado alimentado no pasto, um produto premium em outros mercados, normalmente vai para canais mais baratos na China, como restaurantes de massa e supermercados.
No ano passado, essas importações representaram 40% do consumo de carne bovina da China, ou cerca de 2 milhões de toneladas.
O mercado de médio a alto padrão da China –onde prevalece a alimentação de gado com grãos– continua a crescer, contudo, à medida que os consumidores “comem melhor”, disse Pan Chenjun, analista sênior do Rabobank. (Com Reuters)
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