AgroRound: Sindirações, Agtech Garage, Mantiqueira e outras notícias do campo

20 de dezembro de 2021

O Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal) divulgou o seu balanço do setor de rações e sal animal para 2021, marcado por um crescimento. “A  estimativa é de avanço de até 4,5% e produção de 85 milhões de toneladas de alimentos, em resposta ao dinamismo da cadeia produtiva de proteína animal e também ao impulso do fenômeno da humanização dos pets”, afirma  Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações.

Segundo o sindicato, o resultado confirma o “bom desempenho do agronegócio brasileiro” e repete o desempenho positivo de 2020, quando registrou crescimento de 5% e produção total de 81,5 milhões de toneladas.

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Dentro do setor, a maior porção de ração produzida foi para o segmento da avicultura, com produção estimada em 42,9 milhões de toneladas entre janeiro e dezembro de 2021. O segundo destaque vai para a suinocultura, com 19,9 milhões de toneladas produzidas no mesmo período.

“As projeções mais otimistas permitem asseverar que em 2022, as amenidades climáticas contribuirão na recomposição dos estoques globais e no razoável alívio nos preços dos cereais e oleaginosas, ainda que, no Brasil os valores, pressionados pelo câmbio, continuarão posicionados em patamar superior ao historicamente praticado”, prevê Zani. “A expectativa é de cenário bastante distinto daquele que sofreu as adversidades que abateram as pastagens e a produtividade do milho da segunda safra passada e a preocupação com hipotética privação para abastecimento e cumprimento dos compromissos com a exportação, muito embora o setor deve manter constante vigilância diante da hipotética escassez de fertilizantes e defensivos.”

BP Bunge Bioenergia firma parceria com o hub de inovação AgTech Garage

A BP Bunge Bioenergia, joint venture entre norte-americana Bunge e a companhia britânica de energia BP, fechou uma parceria para viabilizar a cooperação tecnológica com o AgTech Garage, hub de inovação especializado em agronegócios, localizado no Parque Tecnológico de Piracicaba (SP).

Ela é a mais nova empresa de um grupo de cerca de 60 companhias de grande porte a aliar-se ao hub conectado com mais de 900 startups em todo o Brasil. Com a parceria, a  BP Bunge foca na busca de soluções e implementações voltadas a agregar mais inovação à área agrícola, especialmente a partir da otimização do SmartLog, sua central 4.0 que usa tecnologias voltadas à gestão da logística da cadeia de corte, transbordo e transporte da cana-de-açúcar, com destaque para o uso mais eficiente de soluções de conectividade no campo.

A companhia terá à disposição todo o portfólio de soluções disponíveis nas startups ligadas ao AgTech Garage, que podem ser customizadas de acordo com suas necessidades específicas, adotando iniciativas ambidestras voltadas ao melhoramento e inovação de processos já existentes na empresa, assim como aderir a projetos em desenvolvimento, ou mesmo, no futuro, investir na criação de recursos “tailor made” para suas demandas.

CTC prevê recuperação na produtividade da cana em 2022/23

O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), sediado em Piracicaba (SP), divulgou que no acumulado de abril a novembro, a produtividade da cana de açúcar apresentou queda de 13% em comparação com o mesmo período de 2020/21. O TAH (tonelada de açúcar por hectare) atingiu apenas 9,3 toneladas por hectare, o menor valor médio das últimas 15 safras.

Contudo, o CTC acredita que a produtividade da cana será recuperada em pelo menos 8,5% na safra 2022/2023. A previsão mais positiva ocorre pois o centro tem “verificado maior investimento nos canaviais, em consequência das melhores remunerações do açúcar e do etanol, resultando no maior uso de produtos biológicos, adubos foliares, além de manejo de base (nutrição e controle do mato) e aumento da proporção de variedades modernas, que refletirá positivamente na produtividade das próximas safras”.

Fora tais fatores, as condições climáticas devem ser mais favoráveis à cultura de cana no primeiro trimestre de 2022, segundo projeções do Sistema Tempo Campo, ferramenta desenvolvida pela Universidade de São Paulo para prestar apoio a tomadores de decisão.

Smart Farm é vitrine tecnológica para agtechs

Uma Smart Farm do hub Cocriago, localizado no SRP Valley, em Londrina (PR), já abriga a aplicação de tecnologias de sete agtechs. Entre as ferramentas utilizadas estão: tratamento de sementes com gás carbônico, aplicativo de receituário agronômico, sistema de gestão de experimentos de campo, plataforma de gestão agronômica, defensivos macrobiológicos, fertilizante orgânico líquido, gestão da propriedade  e organização de uso de EPIs (equipamentos de proteção individual).

As tecnologias já foram empregadas na produção de soja, com colheita prevista para fevereiro de 2022. “Depois de colhida a soja, vamos organizar a produção de trigo como cultura de inverno, e novas tecnologias poderão ser aplicadas”, explica George Hiraiwa, head de relações institucionais do Cocriagro. Atualmente, o hub está conectado a 27 startups do agronegócio — qualquer uma delas pode aplicar suas tecnologias na Smart Farm e validar os seus produtos para o mercado.

Além das agtechs, a Smart Farm conta com parceria da Cooperativa Integrada, que forneceu as sementes e a orientação agronômica; da Inquima, que cedeu os fertilizante e adjuvantes; do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, que cedeu os equipamentos e maquinários, e da Consoagro, empresa júnior de agronomia da Universidade Estadual de Londrina, que está fazendo a parte operacional com seus alunos.

Touro Brangus da JMT é escolhido o melhor do mundo

Um touro brangus da JMT Agropecuária, de São Gabriel (RS), foi eleito como o melhor reprodutor da raça no mundo. O reconhecimento veio do IBBA (Internacional Brangus Breeders Association), que elege anualmente os melhores animais por meio do concurso “Champion of The World Competition”.

O touro criado no Brasil concorreu com 1,8 mil animais de 90 países, entre eles Argentina e Uruguai. “O JMT Jumbo é dos touros mais lindos que já produzimos na JMT Agropecuária. Ele é Top 1% para o Índice Bioeconômico de Carcaça do Promebo [Programa de Melhoramento Genético de Bovinos de Carne]”, afirma um dos administradores da JMT, o engenheiro agrônomo Fernando Waihrich. 

“Estávamos na expectativa. O JMT Jumbo mostrou a qualidade ao ser apontado como o Supremo Campeão da Expobrangus e depois melhor touro da América do Sul, competição que é ainda mais difícil que o mundial, porque concorremos com animais de países que têm tradição na raça brangus, como Argentina, Uruguai e Paraguai.”

Insole capta R$ 60 milhões em rodada liderada pela GP Investments

A Insole, fintech pernambucana que atua no financiamento de projetos de energia solar para empresas e pessoas físicas, captou R$ 60 milhões em uma rodada de investimento série A, liderada pela Spice Private Equity, empresa de investimentos globais de private equity controlada da GP Investments. 

Com os recursos captados, a Insole pretende investir em tecnologia para melhorar e expandir suas linhas de financiamento, lançar novos produtos de crédito e acelerar o processo de massificação da energia solar no Brasil.

“Poderemos elevar a participação do financiamento de energia solar no mercado brasileiro e o conceito de crédito, associando a conta de energia aos sistemas de geração como garantia”, diz Ananias Gomes, CEO da Insole. Ainda segundo Gomes, o objetivo é dobrar o volume de negócios em 2022, ano em que a clean fintech espera atingir mais de R$ 500 milhões em financiamentos de projetos de energia solar.  A empresa já possui cerca de 300 franqueados.

Portal criado pelo Insper e Embrapa oferece análise gratuita do comércio agrícola mundial

O Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e a Embrapa Instrumentação (SP) lançaram o sistema Gat (Global Agri Trade Data), uma ferramenta gratuita que oferece dados de até 76 agrupamentos de produtos que constituem as principais cadeias produtivas do agronegócio brasileiro e mundial. Entre elas estão o setor de grãos, carnes, açúcar, têxteis e outros produtos agrícolas processados. 

A ferramenta foi desenvolvida para atender estudantes e profissionais que atuam com comércio exterior, processos de importação e exportação de produtos do agronegócio entre diferentes países, que precisam acompanhar tendências globais de comércio e realizar análises de mercado para tomada de decisão que podem impactar diretamente na comercialização de um produto de um país.

O objetivo é fornecer ao usuário análises já prontas do comércio internacional agrícola, através de gráficos, e taxas de crescimento considerando uma ampla gama de dimensões possíveis. Para isso, vai utilizar informações as mais atualizadas possíveis de fontes oficiais, como o banco de dados Comtrade da ONU (Organização das Nações Unidas) e da Secretaria de Comércio Exterior, órgão do Ministério da Economia.

“A importância de se ter uma análise do comércio agrícola em âmbito mundial, e não apenas do Brasil, decorre da possibilidade de identificação de concorrentes e mercados potenciais para o país, possibilitando análises de inserção estratégica do Brasil nos mercados globais”, diz Cinthia Cabral da Costa, economista da Embrapa Instrumentação.

Grupo Mantiqueira inaugura lojas exclusivas de ovos no Brasil

Neste mês de dezembro, o Grupo Mantiqueira, um dos maiores na produção de ovos no país, com produção de 2,7 bilhões de unidades por ano, vai está inaugurando na cidade de São Paulo duas lojas chamadas de Mantiqueira em Casa. O comércio direto ao varejo ofertará ovos e acessórios para o uso na preparação do alimento. 

No mix  estão produtos de diferentes origens, como os ovos de galinhas criadas livremente. As lojas  foram dimensionadas em 50m²  para, futuramente, servirem de modelo de franquia. 

“A estratégia para as lojas próprias é nos aproximar ainda mais do público, através de nosso portfólio, em espaços exclusivos e projetados, que darão ao ovo o protagonismo conquistado nas refeições do brasileiro”, diz Leandro Pinto, presidente do Grupo Mantiqueira.

Piracanjuba inicia a construção da maior fábrica de queijos do Brasil

A Piracanjuba, empresa goiana de laticínios, iniciou obras em São Jorge D’Oeste (PR), para a construção da maior fábrica de queijos do Brasil. O projeto, com área construída de 54.491,71m², deve criar 250 postos de trabalho.

“A fábrica será a terceira da empresa destinada à produção de queijos e manteigas e terá capacidade de processamento de 1,37 milhão de litros de leite por dia. Na primeira etapa, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2024, a unidade fabril produzirá muçarela e manteiga”, Cesar Helou, um dos diretores da Piracanjuba. “Na segunda etapa, o local também sediará um complexo industrial para secagem de soro, que servirá de insumo para outras produções, e uma fábrica de leite longa vida (UHT).”

A economia do município tem entre os destaques a criação de gado leiteiro. “O sudoeste do Paraná tem o clima e um relevo muito propício para o leite. Para nós, também é muito importante a questão da água, já que uma indústria de alimentos não funciona sem esse recurso. Devido ao potencial da região, ela foi a melhor opção para a construção da nova fábrica de queijos”, acrescenta Helou.

Destilaria de Santa Catarina conquista medalha de prata em concurso internacional de vinhos e destilados

A destilaria catarinense Kalvelage, de Blumenau, criada em 2012 pelos irmãos Maurício e Marcos Kalvelage, conquistou a medalha de prata na 13ª edição do Hong Kong International Wine & Spirits Competition, um dos mais relevantes concursos de vinhos e destilados do mundo.

A Vodka Kalvelage Vibe, lançada em 2015, dois anos após a destilaria estrear no mercado de bebidas brasileiro, já conquistou oito medalhas em competições internacionais, com destaque para duas de ouro: uma no Hong Kong International Wine and Spirit Competition de 2018 e outra no San Francisco World Spirits Competition, em 2021. 

“É muito gratificante ser premiado em um evento tão importante como esse, pois disputamos essa medalha com marcas extremamente renomadas do setor, o que acaba sendo uma forma de comprovarmos de que estávamos certo quando decidimos, em 2012, criar uma marca de vodka nacional e provar que é possível produzir bebida de alta qualidade no Brasil”, afirma Maurício Kalvelage.

Feita com 100% de cereais brasileiros, a Kalvelage Vibe tem 40% de volume alcoólico e possui aroma e sabor suaves. É uma bebida que permite misturas com frutas, refrigerantes ou ser consumida pura.

Rally do Solo vai percorrer e mapear os tipos de solo do Brasil

Na última semana, foi iniciada a primeira temporada do Rally do Solo, projeto que fará um levantamento completo de todas as características e variáveis das 13 classes de solo existentes no país. Serão registrados e analisados dados de morfologia, qualidade e solo nos ambientes de produção. O objetivo é levar informações técnicas precisas para produtores rurais, profissionais, pesquisadores e empresas.

O Rally do Solo foi elaborado pelo NIPS (Núcleo de Inovação e Pesquisa) da SulGesso/MaxiSolo, empresa catarinense que industrializa e vende  sulfato de cálcio no Sul do Brasil, em parceria com o Projeto Inova Mineral da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal).

Os resultados serão utilizados pela empresa no desenvolvimento de uma tecnologia de produção de fertilizantes minerais encapsulados, com liberação controlada de nutrientes para as plantas.

Oeste paranaense ganha reconhecimento de polo de inovação e tecnologia para o agro

O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) reconheceu o oeste paranaense como “Polo Regional de Inovação e Tecnologia para o Agronegócio”. Segundo Sibelle Silva, diretora de inovação do ministério, o título favorece ainda mais desenvolvimento local e diz respeito a uma rede local importante.

“Representa o reconhecimento de que nessa região tem uma articulação diferenciada e positiva com foco em inovação para o agro. Com isso, mais do que chancelar a região, enquanto Ministério, queremos promover o fortalecimento dessa organização porque, dessa forma, o oeste paranaense serve como referência para outras”, afirma Sibelle.

Segundo relatório do VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de 2020, o valor de produção nos campos paranaenses foi de mais de R$ 128 bilhões. Entre os 14 municípios com maior VBP, o oeste concentra oito – representando mais de R$ 30 bilhões e crescimento de 22% em relação a 2019. Além disso, a região também se consolida como protagonista por abrigar algumas das maiores cooperativas e ser sede para diversas startups que conectam tecnologia e agronegócio.