Em conversa recente com a presidente da embaixada, Helena Rosén, a vice-presidente Rosane Rosolen e a embaixadora Maria Paula Fidalgo, defendi a ideia propagada pelo ministro Roberto Rodrigues de que agro é paz, pois onde houver fome não haverá paz. Nesta conversa, falamos da condição do Brasil de ser um agente da paz, sendo um dos principais produtores de alimentos do mundo. A Embaixada apoiou a ideia e abriu espaço para o agro em um evento voltado a encontrar soluções para a paz mundial.
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Também estiveram presentes a empresária Cristiana Arcangeli, que tem um belo projeto apoiando empreendedores nas favelas, além de advogadas que fazem um maravilhoso trabalho sobre inclusão negra e feminina, Silvia Souza, Gabriela Araújo e Juliana Souza.
Foi desafiador falar sobre o setor para um público culto e preparado, mas, que por outro lado, desconhece a realidade da produção rural. Senti na pele o abismo de informações desatualizadas que separam a opinião pública do setor do agronegócio e quanto temos que trabalhar esclarecendo dúvidas, atualizando e construindo pontes de diálogo com educação e humildade.
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Pelas estimativas da ONU, o planeta terá quase 10 bilhões de pessoas em 2050. Como o Brasil irá se preparar para ajudar a alimentar essa população? Essa é uma questão fundamental, de caráter estratégico, que o Brasil e o mundo precisam ter. De acordo com um estudo do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 2017, o Brasil tem a missão de aumentar em 40% de maneira sustentável a sua produção de alimentos.
A título de comparação, o crescimento previsto para a produção de alimentos nos Estados Unidos é de 10%. Parece uma missão impossível, entretanto defendi a posição de que nossos pesquisadores e produtores rurais trabalham em uma busca incessante por soluções sustentáveis.
Infelizmente, temos um gargalo, a imagem do agronegócio brasileiro que não depende somente do que fazemos dentro da porteira. Fui a este evento me colocando no lugar das pessoas que desconhecem a realidade do setor e estão tentando encontrar essa linha de diálogo.
Falei sobre a verdadeira revolução dentro das porteiras nos últimos 40 anos, da existência de um novo produtor rural que é verde e se preocupa com a preservação, sustentabilidade e bem estar animal, sendo o pilar do sucesso do agro brasileiro. Além de defender que o agro brasileiro não precisa desmatar um palmo de terra para produzir mais, pois nosso aumento de produtividade é baseado em pesquisa e tecnologia.
Mostrando que nos últimos 40 anos saímos de importador de alimentos básicos, para um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Falei sobre biológicos, que com 23 milhões de hectares, o Brasil hoje é líder mundial na utilização de bioinsumos que substituem defensivos e fertilizantes químicos, e sobre o estudo do IPEA, que destaca o Brasil como líder e protagonista na economia de baixo carbono.
Apontei alguns desafios do setor, como combater o desmatamento ilegal, fazer a tecnologia chegar ao produtor menos tecnificado, tirar os produtores, principalmente os pequenos produtores assentados, da ilegalidade, oferecendo regularização fundiária, financiamentos e abertura de mercado para seus produtos.
Voltando ao início, o Brasil tem condições de ser um agente da paz, sendo um dos principais produtores de alimentos do mundo. Portanto, pensar em uma produção sustentável é pensar em elevar o Brasil à liderança mundial de produção aliada à preservação e os que entrarem nesse movimento, agora, estarão aqui para contar a história. Então, fica o convite para continuarmos a escrever essa história de paz juntos.
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