Queda no preço dos fertilizantes estimula compras no Brasil

4 de outubro de 2022
REUTERS/Pascal Rossignol

Produtores antecipam compra de fertilizantes com queda no preço dos produtos

Uma queda recente nos preços dos fertilizantes, enquanto as cotações da soja permanecem altas, favoreceu os produtores brasileiros e até os encorajou a comprar nutrientes para o ciclo 2023/24, que começa daqui a um ano, disse um analista da Agrinvest à Reuters nesta terça-feira (4).

Em abril, os produtores precisavam do equivalente a 20,4 sacas de soja para comprar 1 tonelada de um fertilizante conhecido como SSP. Essa proporção caiu para 10 sacas agora, disse o analista da Agrinvest Jeferson Souza.

“Houve uma grande queda nos preços [dos fertilizantes] e isso até fomentou algumas compras para [a safra de] soja 2023/2024,” disse Souza.

Nos 30 dias até o final de setembro, os preços dos fertilizantes KCl, MAP e ureia caíram, respectivamente, 13%, 12% e 7% na base de custo e frete (CFR), segundo cálculos de Souza.

A atual queda no preço também favorece a compra de fertilizantes pelos produtores brasileiros de milho segunda safra, que é plantado após a colheita da soja nas mesmas áreas, disse ele.

Os agricultores brasileiros, que atualmente estão semeando sua soja 2022/23, devem colher uma safra recorde acima de 150 milhões de toneladas nesta temporada, segundo dados do governo e analistas privados.

O Brasil é um grande importador de fertilizantes.

Apesar das sanções ocidentais a fornecedores importantes como Rússia e Belarus, as importações brasileiras atingiram um novo recorde nos nove meses até setembro, em parte devido a suprimentos adicionais vindos de países como Canadá.

De acordo com dados do governo compilados pela Agrinvest, o Brasil, maior produtor mundial de soja, importou cerca de 30,77 milhões de toneladas de fertilizantes no período, um aumento de 4,6% em relação aos primeiros nove meses de 2021.

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