“Precisamos ser o centro do mundo da ciência quântica aplicada ao agro, ter uma visão estratégica”, disse Paulo Nussenzveig, pró-reitor de pesquisa e inovação da USP (Universidade de São Paulo), durante o 1º Workshop de Tecnologias Quânticas no Agro. “Há uma nova revolução quântica em curso, que depende de um conhecimento profundo, temos uma comunidade acadêmica forte que domina esse conhecimento. É urgente um projeto de inovação a longo prazo no país”. O encontro teve por objetivo conectar universidades, instituições de pesquisa e a iniciativa privada em torno do tema.
LEIA MAIS: 10 tecnologias digitais que estão transformando a agricultura
De acordo com Nussenzveig, a construção da iniciativa quântica no Brasil começou há cerca de dois anos e meio. “Não se trata de fazer algo para alavancar o próprio trabalho, mas algo que o país precisa, para estabelecer um mapa das principais linhas de tecnologias quânticas no Brasil e na América Latina. Esse é um projeto de inovação”, disse ele.
A ciência quântica tem motivado iniciativas como uma chamada da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), lançada em 2022, para a criação de um Centro de Competência em Tecnologias Quânticas. Na avaliação do diretor do Instituto de Física de São Carlos/USP, Oswaldo de Oliveira Júnior, existe a “necessidade de avanços em metrologia, monitoramento, comunicação e nas tecnologias quânticas, que precisam ser dominadas pelo nosso sistema de ciência e tecnologia, pois a segurança nacional depende disso e conhecimento precisa ser passado para a sociedade”.
João Batista Rosolem, coordenador do CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), avalia a possibilidade de um projeto integrador temático com os 11 laboratórios do Sisfóton (Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica). A computação quântica utiliza os princípios da mecânica quântica para a realização dos processamentos, com base em Quantum Bits ou QuBits.