O total representa um volume de quase 2 milhões de toneladas a mais de açúcar na principal região produtora do adoçante do mundo, ou aumento de 4,8% em relação à projeção anterior, conforme dados encaminhados à Reuters nesta quarta-feira (9).
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A estimativa, beneficiada pelo clima, um canavial mais jovem e um “mix” açucareiro na safra, deverá bater o recorde anterior do centro-sul, de 38,465 milhões de toneladas de açúcar em 2020/21, representando também um salto de cerca de 17% ante a temporada passada.
A produtividade da cana que está sendo processada na safra atual atingiu patamares “altíssimos” e não vistos nas últimas temporadas, acima de 90 toneladas/hectare por algumas quinzenas, notou a analista de açúcar e etanol Lívea Coda, lembrando que há uma participação maior de canaviais mais novos na colheita.
“Além disso, as previsões de chuvas secaram para agosto, o que significa que a região pode não enfrentar tantos problemas quanto o previsto anteriormente, pelo menos na primeira quinzena”, destacou ela.
O tempo seco quando a lavoura já está formada favorece a concentração de ATR (Açúcar Total Recuperável) na cana, o que é bom para o rendimento industrial.
Segundo a empresa de análises, o volume adicional de açúcar deve ser direcionado a exportações, “aumentando drasticamente a disponibilidade” no terceiro e quarto trimestres e contribuindo para aliviar a redução do Hemisfério Norte no primeiro trimestre de 2024.
“Os preços podem finalmente corrigir, já que o Brasil está, mais uma vez, quase suportando a redução de disponibilidade no Hemisfério Norte por conta própria”, disse.
As cotações do açúcar bruto na bolsa de Nova York atingiram mais cedo neste ano os maiores patamares em mais de dez anos, mas seguem em patamares historicamente elevados, a cerca de 23,50 centavos de dólar por libra-peso, apesar de terem recuado dos picos de 2023.
“Embora o mercado esteja discutindo 620Mt+, acreditamos que para chegar a esse número tudo precisa correr de forma muito próxima à perfeição – e sempre optamos por permanecer conservadores”, afirmou.
Já a produção de etanol vem tendo crescimentos menores nesta temporada (cerca de 6% até meados de julho), sendo impulsionada pela fabricação do biocombustível a partir do milho, já que as usinas têm destinado o quanto podem de cana para açúcar.
“O etanol continua lutando uma batalha perdida… a participação do biocombustível continua reduzida em relação aos anos anteriores”, disse a analista, citando vendas de hidratado ainda abaixo da média e dos resultados do ano anterior.