Uma das barreiras, no entanto, ainda é a percepção de que impacto positivo anda na contramão do retorno financeiro, o que não é verdade: apenas nos últimos dozes meses, por exemplo, o ETF da FlexShares que segue o Stoxx ESG Impact Index Fund teve rentabilidade de 15,78%, contra 13,99% de performance acumulada do S&P 500 no mesmo período.
De acordo com a head de Sustainable Wealth da XP Private, Marina Cançado, no Brasil, além do mito de que investir com impacto é sinônimo de menor rentabilidade, há ainda outros desafios ao avanço das finanças sustentáveis, como a pouca oferta de fundos e produtos na categoria, bem como a necessidade de mais transparência na classificação dos ativos.
Para a especialista, muito além de ativismo, o alinhamento do mercado à agenda ESG é, antes de mais nada, uma prática de gerenciamento de riscos num ambiente em que as ameaças ambientais e sociais são tão ou mais relevantes que os riscos macroeconômicos na gestão de portfólios.
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O desafio de identificar ativos e fundos que realmente tenham impacto no mundo coloca em evidência a figura do gestor. Isso porque a incorporação dos fatores ESG na análise financeira irá acompanhar a filosofia, metodologia e métricas proprietárias de cada fundo ou instituição, ou seja, entender qual o método de escolha dos ativos, qual a cultura do gestor ou instituição financeira são elementos fundamentais para saber se os recursos aplicados estão realmente alinhados a práticas sustentáveis.
Melhor gerenciamento de riscos, maior retorno em longo prazo e o capital a serviço de uma agenda sustentável são, na visão de Marina, um caminho sem volta para o mercado. “O ESG é a rota da transição com impacto positivo. O maior trabalho como sociedade é mudar mindset do ‘ou’ para o mindset ‘e’, em que as duas coisas (rentabilidade e sustentabilidade) são possíveis e oferecem uma vantagem competitiva para as empresas”, avalia.
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