LGBTQIA+: Hóttmar Loch, Nohs Somos

Apresentado por
15 de julho de 2021
Divulgação

Hóttmar Loch, cofoundador da Nohs Somos, quer que 100% das pessoas LGBTQIA+ sintam-se à vontade para falar de suas sexualidades e identidades no trabalho, caso queiram

Aos 28 anos, Hóttmar Loch é CEO e cofoundador da Nohs Somos, startup de impacto social que tem o propósito de garantir o bem-estar da comunidade LGBTQI+ e auxiliar as empresas a melhorarem sua gestão inclusiva por meio de consultorias.

Formado em arquitetura e urbanismo na Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) com graduação sanduíche (quando o universitário brasileiro faz parte de seu curso em uma ou mais universidades no exterior) na University of Limerick, na Irlanda, Loch iniciou sua carreira como empreendedor no final de 2018. A motivação veio após receber uma mensagem de uma pessoa trans que dizia estar com medo de sair na rua, ameaçada de morte.

Siga todas as novidades da Forbes Insider no Telegram

“Também vi pessoas próximas comentando sobre vivências de LGBTIfobia. Estes acontecimentos começaram a gerar uma mistura de indignação e vontade de fazer algo”, conta. Decidiu, então, utilizar a tecnologia como ferramenta de impacto positivo para criar soluções voltadas à insegurança no meio urbano para estes grupos sociais, fomentando a criação de ambientes mais inclusivos.

Os desafios para criar o novo negócio estiveram relacionados, principalmente, à realidade financeira. Entre algumas dívidas e falta de dinheiro para bancar os investimentos, Loch contou com a ajuda de amigos que acreditaram, desde o início, na jornada do empreendedor. Ainda assim, ele concorda que o fato de ser gay contribui para um certo isolamento social, acompanhado do sofrimento com a discriminação.

“Nasci em Orleans (SC), em um interior machista e opressor. Vivi episódios de bullying, agressões verbais, preconceito velado e toda a construção mental de não ser bom o suficiente e de não pertencimento”, diz. Quando põe sua carreira em retrospectiva, Loch enxerga as dificuldades como um processo fundamental para que aprendesse sobre resiliência. “Não foi fácil romper com o posicionamento pré-estabelecido de quem eu deveria ser. Para mim, quebrar com o estado atual das coisas, que parecem estar presas no tempo, significou aprender a inovar.”

Essa inovação surgiu como um ato de autoconhecimento coletivo diante de uma situação que gera consciência inédita sobre algo, de maneira criativa e com resultados diferentes do que vistos anteriormente. “Inovar é ressignificar. É ter uma ideia aliada a uma prototipação realista, com várias pessoas diferentes e possibilidades a serem validadas. Inovar é a coragem de ser imperfeito, de se conhecer o suficiente para se permitir fazer e errar”, reflete.

No que diz respeito à inclusão da comunidade LGBTQIA+ no mundo corporativo, Loch vê avanços positivos, com um aumento importante de empresas investindo em diversidade. No entanto, considera que ainda há muito trabalho de conscientização a ser feito. “Ao falar de empregabilidade, precisamos entender que a realidade para pessoas lésbicas, gays e bissexuais está muito mais voltada às boas condições de trabalho, segurança psicológica e retenção. Já para a comunidade trans e travesti, o foco é a própria contratação”, explica. Nesse sentido, o executivo acredita que o universo das startups tem forte potencial para o desenvolvimento de ações positivas para a comunidade, embora ainda não seja uma realidade para muitas empresas.

O maior sonho de Loch é que 100% das pessoas LGBTQIA+, com suas múltiplas interseccionalidades, sintam-se à vontade para falar de suas sexualidades e identidades no trabalho, caso queiram. “Para isso, acredito que diversidade e inclusão precisam ser, de fato, intencionais e um dos objetivos principais das empresas, com o foco verdadeiramente em pessoas. [Assim, teremos] lideranças diversas e engajadas na temática, e um time de colaboradores fazendo e vivendo aquilo que são – dentro e fora da empresa -, num sistema de integralidade e propósito evolutivo”, conclui.

Este perfil faz parte de um especial sobre fundadores de startups pertencentes à comunidade LGBTQIA+. Para ter acesso à matéria completa, clique aqui.

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.