“É uma sinalização concreta do país para o mundo de que essa pauta não é só uma narrativa, é importante”, disse o secretário em entrevista à Reuters, acrescentando que o Tesouro pode dividir o lançamento em duas emissões de US$ 1 bilhão cada.
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O lançamento, esperado para o segundo semestre, não depende de mudança na legislação. Instrumentos infralegais devem ser publicados em breve para abrir caminho para o projeto.
“Tem que ter uma governança por trás. Fazer a emissão não é o mais complicado, mas a gente quer amarrar bem para que seja bem sucedido depois”, afirmou o secretário, acrescentando que a ideia é ter algum mecanismo de prestação de contas para assegurar que os compromissos de fato serão seguidos e respeitados.
O secretário disse que as emissões de títulos verdes pelo Tesouro também ajudarão a construir uma curva de preços que servirá de referência para as emissões de empresas privadas.
A última emissão externa do governo brasileiro foi feita pelo Tesouro em 2021, no valor de US$ 2,2 bilhões. As colocações feitas até agora não tinham vinculação ambiental.
Ceron destacou que o ministério também está produzindo medidas na área de crédito com foco ambiental para facilitar o acesso a investimentos em áreas como energia limpa e indústria verde.
Plataforma Euroclear
O governo ainda estuda medidas específicas para aumentar a participação estrangeira na dívida pública.
Hoje, estrangeiros que buscam títulos públicos do país precisam acionar corretoras que operem no sistema doméstico do Tesouro. Com a mudança, o secretário espera que além de facilitar o acesso, o custo das operações para esses investidores seja reduzido.
Segundo ele, será constituída uma força-tarefa com o Banco Central para iniciar os primeiros preparativos técnicos para viabilizar a medida, com a qual o governo pretende atrair investidores institucionais e pessoas físicas.
Em outra frente, o Tesouro quer lançar novos títulos públicos voltados a pessoas físicas que hoje não acessam plataformas mais elaboradas de investimento.