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O clã Tommasi possui uma propriedade famosa na região de Valpolicella, no nordeste italiano, fundada em 1902. Hoje conta com vinícolas também na Toscana, Puglia e Basilicata — região no sul onde se produzem vinhos de uma das minhas uvas italianas favoritas, Aglianico del Vulture. O negócio dos Tommasi conta com sete membros da família envolvidos, como Pierangelo, diretor-executivo, e Giancarlo, o enólogo. De Buris foi lançado em Veneto, região do Valpolicella e Amarone, em 12 de outubro de 2018. Pierangelo tem viajado o mundo para apresentar o vinho a enófilos de Nova York, Milão, Estocolmo, Oslo.
“De Buris não é um vinho, é um projeto. Estamos trabalhando nele há 18 anos”, diz Pierangelo. Os primeiros oito anos foram usados para conhecer as videiras e o terroir — termo que designa a extensão de terra cultivada. La Groletta é uma vinha de prestígio na parte mais ocidental de Valpolicella, a sudoeste. É considerada um dos melhores campos da região, com longas horas de sol e brisas suaves que vêm do Lago de Garda. A propriedade está 300 metros acima do nível do mar e o solo pobre é constituído principalmente por argila e calcário.
A colheita começou no dia 5 de outubro de 2008. As variedades usadas foram: 62% Corvina, 25% Corvinone, 5% Rondinella e 8% Oseleta. Os cachos foram colhidos cuidadosamente à mão, trazidos para a propriedade e colocados em prateleiras de bambu para secar. Este é o chamado método do desbotamento. Normalmente, as uvas para um Amarone secariam por cem dias. “De Buris tem uma secagem mais longa, são duas semanas a mais”, diz Pierangelo. “Perdemos cerca de 50% do suco em vez de talvez 40-45%. Mas ganhamos na concentração de aromas.”
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O resultado? Um vinho com teor alcoólico de 15,65%, o que é normal para um Amarone, 4 gramas por litro de açúcar residual (nível perfeito) e 5,73 gramas por litro de acidez total (nível considerado muito bom). De forma mais poética: trata-se de uma bebida encorpada e bem estruturada, com taninos suaves, camadas de sabores, aromas de fruta fresca e um final incrivelmente longo. “Este é sempre o nosso estilo”, diz Pierangelo, “os nossos vinhos nunca são bombas de maturação, jamais. São sempre estruturados e elegantes.”
Eu gosto do fato de ser um rótulo extremamente seco, com apenas 4 gramas de açúcar residual. Muitos vinhos de amarone são mais doces, embora um amarone devesse ser uma versão seca do adocicado Recioto della Valpolicella.
Vale dizer que o projeto De Buris começou com dois investimentos da família, que comprou o lote Groletta e a Villa De Buris — daí o nome do vinho. Esta é a villa mais antiga da região, datada do século XV, e será reformada no próximo ano para ser transformada em um hotel Relais & Chateaux. Mais uma razão para visitar esta bela parte da Itália.