O tradicional Institut auf dem Rosenberg, na pitoresca cidade de St. Gallen, no leste da Suíça, conserva, década após década, o status de um dos melhores colégios internos do mundo. Há 130 anos formando jovens entre 6 e 18 anos, o instituto segue nas mãos da família fundadora, os Gademann, hoje na quarta geração.
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A filosofia do Rosenberg, segundo seus gestores, é focada no “desenvolvimento individual dos estudantes, enriquecida por experiências e ensino de ponta”. Ao mesmo tempo que preserva a história e a tradição do local, o corpo docente introduz técnicas novas de ensino, alinhadas com as demandas e hábitos das gerações atuais, além de expor os alunos aos “desafios do mundo”. Para cumprir essas promessas, assenta-se em pilares como criatividade, adaptação, perseverança, abertura a inovações e internacionalização. E, para cumprir sua proposta de educação individualizada, oferece assistência pessoal, acompanhamento próximo e contínuo, grade curricular ampla e uma gama de opções de disciplinas extracurriculares (eles estimulam cada aluno a fazer ao menos um curso extracurricular por período).
No ato da matrícula já é possível escolher o programa de ensino que melhor atende às expectativas do estudante. É possível escolher entre as áreas de arte, ciência, design, tecnologia, ciências sociais, gestão, línguas, comunicação e habilidades para a vida. Esta última foca na formação de um “cidadão e futuro profissional 360”: o aluno pode optar por estudar culinária e nutrição, habilidades de sobrevivência e ainda aprender a apreciar com outros olhos a arte contida em livros, na música, nos filmes e nas artes em geral. O ensino de idiomas é outro ponto forte do Rosenberg – o preparo para exames internacionais (como Cambridge e Goethe) está previsto no processo de formação.
Mas não são apenas aqueles que estudam no Rosenberg que podem aproveitar sua estrutura. Estudantes do mundo inteiro podem se inscrever para participar de programas intensivos. Entre janeiro e maio, a escola recebe os alunos internacionais que estão interessados em viver o dia a dia no colégio interno e integrar-se com os alunos do internato nas salas de aula e nos eventos da comunidade. Em 2019, uma imersão de duas semanas custa 5.920 francos suíços (R$ 22.500).
Para a temporada de verão, entre 30 de junho e 10 de agosto, os alunos serão divididos entre juniors (6 a 13 anos) e seniors (14 a 18), em classes de até 12 alunos. O tempo do programa varia de duas a seis semanas. A grade oferecida aos mais novos é composta por aulas de idiomas, laboratório criativo (para explorar diferentes habilidades), atividades de lazer, passeios e treinos esportivos (equitação, tênis e golfe estão entre as modalidades). Já adolescentes e jovens podem optar pelo ensino intensivo de línguas ou explorar uma área específica, como moda, robótica ou empreendedorismo. O pacote de duas semanas custa a partir de 4.920 francos suíços (R$ 18.650).
UM QUADRO INESQUECÍVEL
POR KATARINA CAMAROTTI
O Institut auf dem Rosenberg é considerado uma das mais tradicionais boarding schools do mundo. Suas instalações – dignas da melhor hotelaria suíça cinco estrelas – abrigam cerca de 250 alunos. Em 2018, eu fiz parte desse número.
Desde os primeiros contatos com os membros do Rosenberg, o cuidado com minha estadia foi imensurável – a visível preocupação deles era garantir o melhor aproveitamento de tempo na escola. Professoras responsáveis pela grade curricular do internato procuravam entender melhor minhas expectativas e necessidades para definir que aulas seriam mais compatíveis com meu perfil, capazes de agregar positivamente em meu futuro pessoal e profissional.
Participar do Rosenberg Experience – um programa de duas a três semanas que visa a integração ao programa acadêmico tradicional da escola, estudando com os alunos internos – foi uma experiência única. A oportunidade de troca cultural e networking com alunos de todo o mundo foi um dos pontos altos. Aliado à beleza do lugar, no indescritível cenário do inverno suíço, esse intercâmbio de culturas e costumes é algo que levarei para o resto da vida.
A grade curricular do Rosenberg inclui aulas como business and management, international relations, psychology e economics. Mesmo que por poucas semanas, participar dessas aulas foi uma valiosa oportunidade para aprender conceitos que não estudamos no ensino tradicional brasileiro. Os alunos internos do colégio moram dentro do campus, que conta com três casas para meninas, duas para meninos e uma para crianças menores. As casas têm quartos duplos e single. Os alunos mais velhos têm a opção de morar fora, em apartamentos não muito distantes do instituto. A escola também oferece pensão completa (café da manhã, almoço e jantar).
A rotina dos alunos do Rosenberg é bem estruturada: eles frequentam as aulas todos os dias da semana, praticam esporte uma vez por semana e participam de aulas extracurriculares, como drama and acting, business entrepreneurship, arts, creative technology and robotics, diplomacy and leadership, community service, entre outras.
Depois das aulas, os estudantes têm duas horas livres. Muitos optam por ir à cidade, e devem estar de volta antes do jantar, às 18h15. Nos fins de semana, o leque de atividades é amplo. Durante o inverno, o instituto se oferece para levar os alunos aos Alpes para esquiar ou descer as montanhas de trenó. Nos chamados “long weekends”, os alunos podem deixar a escola na sexta-feira, após o fim das aulas, e fazer viagens um pouco mais longas, retornando no domingo à noite. Nos fins de semana de provas, os alunos fazem os testes pela manhã no sábado e no domingo, tendo somente as tardes livres.
Como diz a Teoria da Tábula Rasa de John Locke, “o homem nasce um quadro em branco, que é preenchido ao longo de suas experiências”. Posso dizer que, depois do tempo que passei no Institut auf dem Rosenberg, meu quadro está bem preenchido.
Reportagem publicada na edição 66, lançada em março de 2019
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