Tamanha emoção se explica: trata-se do espetáculo que conclui o fim de semana (8 e 9 de fevereiro) do Rolex Mentor & Protégé, iniciativa da relojoaria suíça que patrocina uma mentoria artística individual de um mestre no assunto com um jovem talento emergente durante dois anos. Para tal, o mestre recebe 100 mil francos suíços (R$ 441 mil) ; o aprendiz, 40 mil francos suíços (R$ 176 mil).
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Foi a primeira vez que a África recebeu a apresentação dos projetos de um ciclo – o evento nunca ocorreu na América do Sul. Além de Gilmore e Hussain na música, o último biênio contou com duplas de trabalho em arquitetura, literatura e dança – com um desfecho não menos emocionante. A jovem Khoudia Touré, de xx anos, referência em street dance em Dacar, no Senegal, protagonizou a world premiere da coreografia When the Night Comes, resultado da mentoria que a colocou em contato com a bailarina e coreógrafa canadense Crystal Pite. “O uso da improvisação foi a chave da nossa conexão”, diz Khoudia. “A mentoria com Crystal foi uma experiência poderosa. Mudou tudo para mim, a começar por ter ganhado confiança em meus instintos.” Para Crystal, a ligação com a aprendiz transcendeu as seis semanas de convívio distribuídas ao longo dos dois anos. “Atingimos uma conexão profunda, sem palavras. Esse programa tem o poder de ligar humanos de forma genuína, sem fronteiras.”
Na arquitetura, o diálogo entre a jovem Mariam Kamara, nascida em Níger, e seu mentor Sir David Adjaye (arquiteto britânico nascido na Tanzânia, nomeado Cavaleiro pela rainha Elizabeth e fã de Oscar Niemeyer) resultou em um projeto que já tem data para começar a ser posto em pé. No segundo semestre, começa a tomar forma o Centro Cultural projetado para Niamei, capital do Níger, um dos países mais pobres do mundo. “Procurava me envolver com um trabalho na África, que só tem cinco escolas de arquitetura e muitos desafios”, argumenta David. “Escolhi mentorar Mariam pelo comprometimento dela em atuar por um futuro melhor para essa parte esquecida do planeta.” Literatura teve mentor e aprendiz do mesmo país. Colm Tóibín, de xx, e Colin Barrett, de xx, são irlandeses, mas “de mundos diferentes”, como sublinhou Colm.
O fim de semana na Cidade do Cabo teve ainda o anúncio dos mentores e aprendizes do próximo biênio em teatro, artes visuais, uma categoria aberta e cinema. Destaque para o cineasta Spike Lee, de 62 anos, que fará a mentoria do norte-americano Kyle Bell, de 33 anos, já reconhecido por trabalhar com a valorização dos índios nativos dos EUA.
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