A única coisa fácil é malhar. Putnam levou para casa dois espelhos interativos da sua empresa de fitness, a Mirror (“espelho”, em inglês). Um está no dormitório; o outro, no quarto de hóspedes. “Se Lowell quer lutar boxe e eu quero praticar ioga, podemos fazer isso”, diz Putnam, de 36 anos. Com 56 cm de largura, 132 cm de altura e 3,5 cm de profundidade, o produto de Putnam tem o mesmo visual e funcionamento de um espelho comum. No entanto, basta ligá-lo e o usuário vê um instrutor ensinando a turma (assim como seu próprio reflexo para que possa trabalhar o corpo); um software oferece modificações personalizadas no canto da tela e ajuda a acompanhar as metas de fitness. Os sócios pagam US$ 1.495 pelo Mirror e outros US$ 39 por mês pelo acesso a uma variedade de aulas transmitidas por streaming ao vivo – de condicionamento cardiovascular, barra, treino de força e ioga, com duração de 15, 30 ou 60 minutos.
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Em setembro de 2018, após dois anos de projeto, Putnam lançou o produto, atualmente fabricado no México. Houve um atraso de seis meses em relação à data prevista, mas ele foi lançado sem grandes imperfeições, uma grande vitória para um equipamento eletrônico complexo. Três meses depois, ela estava na casa dos sogros para passar o Natal, torcendo para que as vendas fossem boas. “Ouvi minha prima gritar do outro cômodo que Alicia Keys tinha postado no Instagram sua família dando a ela um Mirror de presente”, lembra Putnam. No vídeo, os filhos de Keys a levam até uma porta fechada e dizem para ela não gritar, mas, assim que vê o Mirror instalado na parede, ela começa a gritar e dançar, entusiasmada.
Não demorou para o Mirror atrair outras clientes celebridades, cujos nomes Putnam passou a usar como carimbo de aprovação: Reese Witherspoon, Ellen DeGeneres, Gwyneth Paltrow e Kate Hudson, entre outras. “Foi um efeito em cascata. Os pedidos chegavam e eram de cair o queixo, porque havia muitas celebridades.”
Quando Putnam lançou o produto, estava apostando em uma transição gradual e contínua para o fitness doméstico. Agora, com milhões de pessoas presas em casa e loucas para se exercitar, ela está em alta: o faturamento superou suas projeções, que já eram ambiciosas, e a empresa conquistou uma vaga na lista de 25 empresas de capital fechado que a Forbes USA acredita que vão virar unicórnios.
Reportagem publicada na edição 78, lançada em junho de 2020
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